segunda-feira, setembro 22

Renan Filho destaca solidez dos investimentos em infraestrutura de transportes

Em participação no Macro Day 2025, nesta segunda (22), ministro dos Transportes detalhou os projetos em andamento e a preparação para os novos leilões

Com o propósito de promover o crescimento dos investimentos em infraestrutura, que, somando público e privado, tiveram participação de 2,27% no PIB em 2024, o ministro dos Transportes, Renan Filho, apresentou, nesta segunda-feira (22), as principais ações do setor de logística que ampliam a oferta dos produtos nacionais nos mercados interno e externo.

“A nossa economia está em transformação. Se a gente pegar o centro de gravidade de produção do agro há 30, 40 anos, ele era entre o Paraná e o Rio Grande do Sul, além de uma parte aqui de São Paulo também. Hoje o centro gravitacional é o Mato Grosso, e está se deslocando. Obviamente a gente precisa também deslocar a própria infraestrutura”, afirmou, durante o Macro Day 2025, em São Paulo.

Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do montante de R$266,8 bilhões aplicados em infraestrutura no ano passado, R$84,6 bilhões foram destinados à área de transportes. Nas projeções do Executivo para 2025, no setor de rodovias e ferrovias, a estimativa é de que 75% dos investimentos sejam provenientes da iniciativa privada.

Dentro desse cenário, o Governo Federal tem avançado no diálogo com o mercado para proporcionar melhores condições financeiras e segurança jurídica às empresas interessadas em integrar, como gestoras parceiras, o atual pipeline de projetos do ministério.

“A carteira de rodovias é sólida, robusta e traz investimento porque tem bons projetos, garante rentabilidade ao investidor e tudo isso com transparência e com segurança. O governo passado, que dizia ter capacidade de atrair investimento e dialogar, realizou apenas seis concessões. Nós já realizamos 16 concessões, com 14 ganhadores diferentes, entre fundos de investimento e novas empresas entrantes. Voltamos a receber investimento internacional de algumas das maiores operadoras de concessão do mundo”, destacou o chefe da pasta dos Transportes, Renan Filho.

Recorde de leilões

Desde o início do atual mandato até o momento, o Ministério dos Transportes já levou a leilão 16 projetos rodoviários e projeta chegar a 24 até o fim deste ano. A meta é concluir 44 leilões até 2026, com contratos que devem gerar R$218 bilhões entre 2023 e 2029, enquanto nos últimos 27 anos foram investidos R$129 bilhões, de 1995 a 2022.

Já em relação à retomada do investimento privado em infraestrutura ferroviária, o total acumulado do Brasil desde 2006 até o ano passado soma R$144 bilhões, sendo que, nos últimos dois anos, foram alcançados R$8,17 bilhões em 2023 e R$9,72 bilhões em 2024. Uma das novidades nos projetos da pasta é a realização de novos leilões de ferrovias até 2026.

“Nós vamos lançar editais no mercado, estamos discutindo o Ferroanel e o Anel Ferroviário do Sudeste, que é também uma obra muito importante”, adiantou o ministro dos Transportes.

Eficiência em cada rota, inovação em cada trajeto

O aprimoramento dos modais de transporte tem ajudado a suprir a demanda do agronegócio, com a safra de grãos 2024/2025 estimada em 345,3 milhões de toneladas, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Nas rodovias, que escoam 85% da espécie de produtos, as consideradas boas passaram de 52% em 2022 para 75% em 2024, enquanto as ruins caíram de 23% para 7%.

“São muito mais possibilidades para a iniciativa privada, tanto para exportar quanto para importar insumos. Isso certamente vai ajudar a economia brasileira. O Brasil só no último ano aumentou a produção de soja de forma que, em uma escala global, seria o quarto maior produtor do mundo. Esse tipo de realidade mostra como a nossa infraestrutura é pressionada ano a ano”, observou Renan Filho.

Em parceria com o Ministério de Portos e Aeroportos e outros órgãos do Executivo, a pasta dos Transportes também vem construindo o Plano Nacional de Logística (PNL) 2050, que será lançado em dezembro.

As diretrizes vão guiar os projetos de infraestrutura nos próximos anos, com o objetivo de aprimorar a eficiência nas operações rodoviárias, ferroviárias, portuárias, hidroviárias e aeroportuárias. O PNL prevê modelos que ofereçam opções de escolha do caminho a ser percorrido por cargas e pessoas, considerando menor custo, tempo, desgaste, melhores condições para exportação e benefícios ambientais, como a diminuição dos gases de efeito estufa e poluição.

“Em 2024, houve o maior volume de movimentação de toneladas do Brasil, atingindo um bilhão e 300 milhões. O setor portuário cresceu quase 5%, e a operação de contêineres aumentou mais de 18%. O Brasil vai terminar este ano, pelo terceiro ano consecutivo, com crescimento médio de 3% do PIB, inflação controlada e aumento da renda”, disse o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, que também participou do evento, assim como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Articulação constante

Ainda nesta segunda-feira (22), Renan Filho, se reuniu com representantes de grupos financeiros internacionais e investidores, como JP Morgan, Vinci Partners e SPX.

“Inegavelmente, comparado com a agenda dos EUA, a União Europeia, a Argentina, a África e a Ásia, a mais equilibrada é a brasileira, que reconhece dificuldades, mas tem caminho. O Brasil é muito mais sólido que os nossos vizinhos, tem tudo para dar certo com poucos ajustes e o governo tem força institucional e capacidade política para conduzir a agenda”, finalizou Renan Filho.

 

Crédito: Agência Gov

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