terça-feira, setembro 23

Prefeitura emite alerta sobre aumento de casos de Hepatite A

A Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), emitiu um alerta epidemiológico sobre a hepatite A aos serviços de saúde da cidade. A medida foi tomada diante do aumento do número de casos, especialmente entre adultos jovens e com maior gravidade, registrado na 17ª Regional de Saúde, conforme o Ofício Circular Nº 092/2025 da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa). O município também enfrenta um crescimento significativo dos casos. O objetivo é que os serviços de saúde aumentem a vigilância sobre situações com sintomas compatíveis (principalmente em adultos jovens) e ampliem outras ações de prevenção e controle.

No documento, a SMS esclarece que a Hepatite A é uma infecção causada pelo vírus A (HAV) da hepatite, também conhecida como “hepatite infecciosa”. “Na maioria dos casos, a hepatite A é uma doença de caráter benigno, contudo o curso sintomático e a letalidade aumentam com a idade. Mais comum em crianças pequenas, a transmissão está relacionada às condições de saneamento, higiene pessoal, qualidade da água e dos alimentos. Nos adultos, além da transmissão pela água e alimentos, também pode ocorrer pela relação sexual desprotegida, principalmente quando há a prática de sexo oral/anal”, destaca o alerta epidemiológico.

Entre as ações voltadas ao combate da doença, a SMS ressalta a vigilância epidemiológica. Todos os casos confirmados devem ser notificados, em até sete dias úteis, e enviados à Gerencia Epidemiológica do município. Além disso, tanto a Secretaria Municipal de Saúde de Londrina quanto a Sesa destacam que a vacinação contra a hepatite A está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI) para crianças a partir dos 15 meses até 4 anos.

A vacina também está disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), para os seguintes grupos: hepatopatia crônica de qualquer etiologia, inclusive portadores do vírus da Hepatite B e C; pessoas vivendo com HIV/AIDS; imunodepressão terapêutica ou por doenças imunodepressoras; coagulopatias, doenças de depósito, fibrose cística, trissomias, hemoglobinopatias, candidatos à transplante de órgão sólido, cadastrados em programas de transplantes; doadores de órgão sólido ou de células-tronco hematopoiéticas (TCTH), cadastrados em programas de transplantes; transplantados de órgãos sólidos (TOS), transplantes de células tronco hematopoiéticas (TCTH), asplenia anatômica ou funcional de doenças relacionadas.

O documento também cita a ampliação da vacinação para usuários de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), pessoas que tomam medicamentos antes da relação sexual para se proteger contra o vírus HIV. Para esse público, a vacina está disponível no Centro de Referência Bruno Piancastelli Filho.

“Além das medidas de prevenção, reforçamos a importância da vacinação para os públicos elegíveis, que são as crianças até quatro anos de idade, usuários de PrEP e outros pacientes com agravos conforme a solicitação de imunobiológicos especiais”, ressaltou a diretora de Vigilância em Saúde da SMS, Fernanda Fabrin.

Outras orientações – Adotar medidas de cuidado em relação à água de consumo, à manipulação de alimentos e às condições de higiene e de saneamento junto à comunidade e aos familiares; higienização das mãos com água e sabão e álcool gel a 70% antes e depois de preparar alimentos, após usar o banheiro, trocar fraldas, manusear lixo e roupa suja; lavar bem as frutas e vegetais crus antes de consumir; cozinhar alimentos de origem animal antes do consumo; beber água tratada, fervida ou filtrada; na relação sexual: higienização das mãos, genitália, períneo e região anal antes e após as relações sexuais; higienização de vibradores, plugs anais e vaginais; uso de preservativo na relação sexual.

Em Londrina, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan-Net), em 2025, até 20 de setembro, foram confirmados 17 casos de hepatite A. Em 2024, durante todo o ano, foram registrados nove casos da doença. Isso mostra que, em apenas nove meses de 2025, o número de casos já é quase o dobro do total de todo o ano anterior.

A cobertura vacinal contra a hepatite A na faixa etária de 1 a 4 anos, no município, atingiu 78,04% até junho de 2025, segundo o painel de cobertura vacinal do Ministério da Saúde. No Paraná, o índice chegou a 82,4%.

Mais sobre a hepatite A

O alerta epidemiológico da SMS também ressalta que os sinais e sintomas da hepatite A muitas vezes podem ser confundidos com os de outras doenças. O quadro costuma começar de forma inespecífica, com anorexia, náuseas, vômitos, diarreia (ou, raramente, constipação), febre baixa, cefaleia, mal-estar, astenia, fadiga, aversão ao paladar e/ou ao olfato, mialgia, fotofobia, desconforto no hipocôndrio direito, urticária, artralgia ou artrite, e exantema papular ou maculopapular.

Após essa fase inicial, podem surgir icterícia e hepatomegalia dolorosa, geralmente acompanhadas de melhora dos sintomas e posterior recuperação clínica. Em alguns casos, a fraqueza e o cansaço podem persistir por vários meses.

Formas de transmissão – A hepatite A é transmitida pela via fecal-oral e está relacionada às condições de saneamento básico, higiene pessoal, relação sexual desprotegida (contato boca-ânus) e qualidade da água e dos alimentos. O período de incubação é de 15 a 45 dias e de transmissibilidade é de duas semanas antes do início dos sintomas até o final da segunda semana da doença.

Crédito: Prefeitura de Londrina

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