
O novo Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (25/9) , aponta aumento da incidência de casos de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) em oito unidades da Federação (Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará e Piauí). A atualização chama atenção também para o incremento de hospitalizações de SRAG por influenza A e Covid-19 no Distrito Federal e em Goiás. Essa segunda onda de crescimento da influenza A nessas unidades é considerada pelos pesquisadores altamente atípica. A análise é referente à Semana epidemiológica 38, período de 14 a 20 de setembro.
O InfoGripe é uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) voltada ao monitoramento de casos de SRAG no país. A iniciativa oferece suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações, preparações e resposta a eventos em saúde pública
A pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz, responsável pelo Boletim InfoGripe, destaca que o rinovírus tem sido responsável pelo aumento do número de casos de SRAG no Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e Espírito Santo, principalmente nas crianças e adolescentes.
Portela informa ainda que o vírus sincicial respiratório é responsável pelo aumento dos casos de SRAG nas crianças de até 2 anos no Amazonas – embora já com sinais de desaceleração do crescimento – enquanto o metapneumovírus tem colaborado para o crescimento das ocorrências de SRAG em crianças pequenas no Espírito Santo. A Covid-19 continua impulsionado o crescimento do número de casos de SRAG no Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo.
“No Distrito Federal e em Goiás, a influenza A também tem contribuído para o aumento dos casos de SRAG em praticamente todas as faixas etárias a partir dos 2 anos de idade. Nota-se ainda um leve crescimento nas notificações de SRAG por Covid-19 na Região Sul, além de Mato Grosso do Sul e Bahia. Porém, sem impacto nas hospitalizações por SRAG nesses estados”, sublinha a pesquisadora.
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 13,6% de influenza A, 1,8% de influenza B, 15,1% de vírus sincicial respiratório, 44,5% de rinovírus e 17,7% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos e no mesmo recorte temporal foi de 15,4% de influenza A, 1,4% de influenza B, 5,4% vírus sincicial respiratório, 29,4% de rinovírus e 51,6% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Capitais
O novo cenário mostra que seis das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco nas últimas duas semanas, com indício de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 38. São elas Brasília, Florianópolis, Manaus, Porto Alegre, São Luís e Teresina.
Estados
A atualização sinaliza que 8 das 27 unidades federativas registram incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 38: Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará e Piauí.
Cenário nacional
No ano epidemiológico 2025 já foram notificados 180.830 casos de SRAG, sendo 95.919 (53%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 64.182 (35,5%) negativos, e cerca de 8.965 (5%) aguardando resultado laboratorial. Em relação aos casos positivos do ano corrente, observou-se 23,6% são de influenza A, 1,1% de influenza B, 43,1% de vírus sincicial respiratório, 26,9% de rinovírus e 7,6% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 13,6% de influenza A, 1,8% de influenza B, 15,1% de vírus sincicial respiratório, 44,5% de rinovírus e 17,7% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Incidência e mortalidade
A incidência e mortalidade semanal média nas últimas oito semanas epidemiológicas, mantêm o cenário de maior impacto nos extremos das faixas etárias analisadas. A incidência de SRAG apresenta maior impacto nas crianças pequenas, enquanto na análise de mortalidade, os idosos apresentam os maiores valores.
Em relação aos casos de SRAG por Sars-CoV-2, a incidência tem apresentado maior impacto nas crianças pequenas e idosos, enquanto a mortalidade tem sido maior entre os idosos a partir de 65 anos. A influenza A também se destaca como uma das principais causas de mortalidade por SRAG entre os idosos. Quanto aos demais vírus com circulação relevante no país, tem se concentrado nas crianças pequenas e está associado principalmente ao VSR e rinovírus.
Crédito: Agência Gov
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