sábado, setembro 27

Saúde presta contas do 2° quadrimestre em audiência pública

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realizou, na manhã desta sexta-feira (26), a prestação de contas do Fundo Municipal de Saúde referente ao segundo quadrimestre de 2025. A audiência pública atende a Lei Complementar nº 141 de 2012, e foi sediada na Câmara Municipal de Londrina (CML), com transmissão on-line pelo canal do Youtube.

O relatório, que será disponibilizado na página da SMS, traz as produções da rede assistencial, indicadores assistenciais e epidemiológicos, bem como o montante e a fonte de recursos aplicados entre os meses de maio e agosto.

No segundo quadrimestre de 2025, o Município aplicou R$ 294.764.020,49 em ações e serviços públicos de saúde. A quantia equivale a 20,89% das receitas oriundas de impostos e transferências constitucionais, e supera o limite mínimo constitucional, que é de 15%.

Foto: Fernando Cremonez/ CML

Na abertura da audiência pública, a secretária municipal de Saúde, Vivian Feijó, elencou as principais atividades promovidas pela pasta no decorrer do segundo quadrimestre. “Muitas coisas foram feitas e trago alguns itens que considero importantes para a saúde pública. Após minha apresentação, de forma pormenorizada e mitigada, todos os diretores vão apresentar os dados de forma mais discricionária. Mais do que uma apresentação, aqui estamos para trazer transparência de tudo que temos construído nesses meses de gestão junto à nova administração da Prefeitura”, explicou.

A apresentação teve início com o Plano de Contingência de Dengue, que envolveu uma série de ações estratégicas e viabilizou a redução de vários indicadores, como o número de óbitos, casos confirmados e notificações. “Não tem mágica, é muito trabalho e dedicação da equipe. E com trabalho sério, organizado e comprometido, o resultado aparece. Foram investimentos com universidades, agentes parceiros, pesquisadores, outras secretarias, bem como a participação social da comunidade. Tivemos 52 óbitos em 2024, lembrando que é uma doença com prevenção, e em 2025, não queríamos nenhum, mas tivemos nove. Não podemos deixar de reconhecer a redução significativa dos casos de dengue nesse período”, enfatizou Feijó.

Entre maio e agosto, também foi executado o Plano de Contingência Influenza, para ampliar a taxa de cobertura vacinal contra o vírus da gripe. Foram intensificadas as vacinações extramuros em diferentes locais, como shoppings, mercados, faculdades, condomínios e outros, algumas em formato drive thru, para facilitar a adesão do público à campanha.

Com essas medidas, a cidade registrou a aplicação de 183.858 doses e uma taxa de cobertura de 53,34% entre o público-alvo prioritário, que compreende crianças, idosos e gestantes.

O período também foi marcado pelo avanço das síndromes respiratórias, com as condições climáticas do outono e inverno favorecendo a circulação dos vírus. Esse cenário, somado à baixa cobertura vacinal, repercutiu em um aumento progressivo dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com um início precoce se comparado ao ano de 2024.

Isso motivou a elaboração e implementação do Plano de Contingenciamento Síndromes Respiratórias, que incluiu campanhas de comunicação, formação de um Grupo de Trabalho, contratualização de consultas pediátricas, somadas ao reforço da vacinação contra gripe.

O resultado foi perceptível com a redução na positividade de Influenza proporcionalmente ao aumento da cobertura vacinal. “Os números mostram que há uma conexão muito importante entre trabalhar a prevenção, com aumento da cobertura vacinal, e as ações que permeiam o acompanhamento desses pacientes quando buscam por atendimento. Nosso principal objetivo é fazer com que as pessoas não adoeçam; é mais barato, mais qualificado e a missão da atenção primária se cumpre com as medidas preventivas”, ressaltou Feijó.

A Secretaria Municipal de Saúde também promoveu um mutirão para ampliar o acesso a exames, juntamente com o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (Cismepar). De maio a agosto, foram realizados 38.222 exames, como ultrassons, tomografias, ressonâncias, ecocardiograma, Raio-X, cintilografias e outros.

Foto: Fernando Cremonez/ CML

“Em relação a alguns exames, friso que o time da Saúde é um dos pontos positivos que encontrei, porque tínhamos filas presas em prestadores ou até mesmo na Secretaria. As tomografias praticamente zeramos e hoje fazemos em, no máximo, 60 dias. Zeramos a fila de ressonância magnética e conseguimos mitigar 12 mil pessoas que esperavam por raio x, com esforço de todas as UBSs”, detalhou a secretária da pasta.

Houve, ainda, a tramitação dos processos de regularização dos prestadores, para contratualizar exames de imagem, laboratoriais e Papanicolau; mutirão de saúde auditiva, com entrega de 199 aparelhos; e mutirão de litotripsia, em que foram realizados 135 procedimentos. “E vamos intensificar, ampliando o acesso para colegas de outros municípios com recursos de emendas parlamentares que venham a apoiar e incentivar a escuta em pacientes há anos sem perspectiva”, adiantou Feijó.

Por meio da adesão ao programa Opera Paraná II, do Governo do Estado, a previsão é disponibilizar aos londrinenses 1.700 cirurgias eletivas por mês, de pequena e média complexidade. Os hospitais de Londrina e cidades vizinhas credenciados para oferta dos procedimentos são Zona Norte, Zona Sul, São Rafael, Cristo Rei, Santa Casa de Cambé, e São Francisco.

A cidade também avançou na redução de filas eletivas do Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE), do governo federal. Foram realizados 1.445 procedimentos, de abril a julho, mediante investimentos de R$7.145.083,40. No período, Londrina saltou da 17ª para a terceira posição no ranking de execução de recursos do programa federal entre municípios paranaenses. Atualmente, já ocupa a segunda colocação no estado. “Lembrando que, no ano passado, a cidade devolveu mais de um milhão de reais desses recursos. Londrina já executou mais de 200% e queremos mais, pois ainda temos cirurgias a serem faturadas e pacientes a serem atendidos”, frisou a secretária.

Entre julho e agosto, teve início a entrega de novos equipamentos de informática. Ao todo, foram adquiridos 545 computadores e notebooks, com investimentos de R$3 milhões, entre recursos próprios, estaduais e federais.

No início de agosto, também foi anunciado o mutirão de cirurgias eletivas em parceria com o Hospital Evangélico, que prevê a realização de 1.000 cirurgias até dezembro deste ano. A parceria abrange procedimentos de cirurgia geral, urologia, ortopedia e outros; mediante investimento de R$ 6.660.878,68 em recursos municipais e federais, incluindo emendas parlamentares.

Também foi lançada uma nova ferramenta digital, por meio de parceria da SMS com o Conselho Regional de Odontologia, para prevenção de novos casos do câncer de boca. E, no segundo quadrimestre, houve a admissão de 353 novos servidores efetivos para recompor o quadro da pasta. Os novos profissionais participaram de curso introdutório, com carga horária de 18h.

Para ampliar o alcance da testagem rápida para Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), a equipe da SMS promoveu ações extramuros, o que facilita o diagnóstico em tempo oportuno e amplia a eficácia dos tratamentos.

Em julho, teve início a obra de recuperação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Centro-Oeste, localizada na Avenida Leste-Oeste. Com conclusão prevista para março de 2026, a reforma vai corrigir problemas estruturais do prédio, com valor de R$ 1.836.944,28.

O serviço da UPA foi transferido para o prédio onde, antigamente, funcionava o Hospital Mater Dei, na Avenida Bandeirantes. Foram realizadas adequações internas para atender a nova demanda da unidade, com inauguração do atendimento em 11 de agosto.

Ainda no mês de agosto, foi emitida a ordem de serviço para reforma da Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Ricardo. A previsão é que a obra seja finalizada em janeiro de 2026, 150 dias após o início, e o investimento do Município para essa reforma é de R$ 782.542,00.

Outras unidades que estão recebendo manutenções estruturais são a UBS do Aquiles Stenguel e de Taquaruna. E, em maio, foi finalizada a reforma da UBS de Guairacá, que teve duração de dois meses. Com investimentos de R$ 99.959,80, as intervenções abrangeram pintura interna e externa, reparos no telhado e portões, melhorias na acessibilidade da calçada, implantação de uma copa e de uma sala de atendimentos ginecológicos. Também foram feitos serviços de jardinagem e instalados novos equipamentos e mobiliários para a unidade, incluindo um bebedouro.

Para ampliar o atendimento dos usuários da rede municipal de saúde, o programa Remédio em Casa passou por expansão e começou a atender pacientes sem doenças crônicas não transmissíveis. Além de medicamentos, o Remédio em Casa fornece fraldas e dietas nutricionais, com expectativa de atender cerca de 9 mil pessoas ao mês.

“Hoje a Secretaria de Saúde tem um time muito engajado, motivado e que nesses seis meses obteve resultados extraordinários, em relação ao período do tempo e condição de trabalho que assumimos, dado a escassez de recursos. Isso não tem sido impeditivo para que a gente trabalhe com organização, redirecionamento do que é possível dentro das regras legais, e execução de serviços para a comunidade”, completou a secretária Vivian Feijó.

A Ouvidoria-Geral do Município registrou, de maio a agosto, 1.038 manifestações relacionadas à Secretaria Municipal de Saúde. Os registros incluem reclamações ou críticas, pedidos de acesso à informação, sugestões, elogios e denúncias.

Atenção Primária – Em Londrina, a Diretoria de Atenção Primária em Saúde (DAPS) contempla 54 unidades de Saúde, distribuídas na zona rural e urbana, com 89 equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF) e outras sete equipes de Atenção Primária (eAP). A produção dessas unidades foi de 260.444 atendimentos, com 1.007.544 procedimentos efetuados.

Dentro da Atenção Odontológica, as equipes realizaram 30.977 atendimentos e 62.474 procedimentos. Só no Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), foram 2.667 atendimentos e 5.312 procedimentos.

As equipes multiprofissionais na APS (e-Multi) realizaram 21.831 atendimentos, e o Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) registrou 1.189 atendimentos com 81 admissões no quadrimestre. O Consultório na Rua (eCnaR) somou 296 atendimentos entre a população em situação de rua, e o Apoio Social outros 3.973 atendimentos.

Urgência e Emergência – De maio a agosto, os plantonistas da UPA Sabará realizaram mais de 60 mil consultas e 4.289 consultas de ortopedia. Já na UPA Centro-Oeste, foram 63.373 consultas médicas e outras 3.622 de ortopedia. No Pronto Atendimento Infantil (PAI) foram 49.839 consultas nesse período.

Somadas, as unidades de Pronto Atendimento 16 e 24 horas, que dão suporte à atenção básica de saúde no município e ficam localizadas nos bairros Leonor, Maria Cecília e União da Vitória, realizaram 89.709 consultas médicas.

No mesmo período, o Complexo Regulador de Urgência e Emergência do SAMU–192 atendeu, ao todo, mais de 63.700 chamados. Destes, 41.775 referiam-se efetivamente a atendimentos médicos. Além disso, com o uso de ambulâncias, helicóptero e unidade de transporte de urgência, foram registrados 14.431 atendimentos.

A Maternidade Municipal Lucilla Ballalai registrou 713 internações de pacientes de Londrina, neste período, e 30 de outros municípios. Houve assistência a 439 partos normais, correspondendo a uma taxa de parto normal de 61,95%, e realizadas 268 cesáreas, com uma taxa de 38,05%. Também foram computadas 2.939 avaliações obstétricas.

Serviços Complementares – A Diretoria de Serviços Complementares em Saúde apresentou o quantitativo de consultas médicas realizadas na Policlínica Municipal Ana Ito.

A unidade contempla as especialidades de geriatria, cardiologia, dermatologia, nefrologia, psiquiatria, ginecologia, urologia, cirurgia geral e neurologia. Somadas, as demais especialidades não médicas (fisioterapia, enfermagem, nutricionista, fonoaudiólogo e psicólogo clínico) computaram 3.582 atendimentos no segundo quadrimestre do ano.

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) Álcool e Drogas, Infantil e III, realizaram 4.463 acolhimentos diurnos e noturnos; 4.803 atendimentos em grupo, 511 domiciliares, 11.014 individuais e 3.833 familiares.

Na produção do Centrolab, foram registrados 903.164 análises, de maio a agosto, sendo 68 referentes a hanseníase e 960 de tuberculose.

Regulação – Com relação às internações hospitalares de média complexidade, a Saúde registrou 17.768, com investimentos de R$ 33.145.132,84. Nos de alta complexidade, foram investidos R$ 25.729.937,48 e realizados 3.305 internações.

Vigilância em Saúde – O Centro de Referência Dr. Bruno Piancastelli Filho, por meio do Ambulatório de IST/HIV/AIDS, Hepatites Virais e Tuberculose, distribuiu 8.105 medicamentos ao longo destes quatro meses. Também realizou 11.685 atendimentos multiprofissionais, 2.434 consultas médicas e 265 pacientes foram atendidos na odontologia.

O Centro de Referência também distribuiu 21.112 preservativos masculinos e 900 femininos. Já no Setor do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), foram coletados 1.191 exames de Teste Rápido e entregues 325 profilaxia pré-exposição (PreP). No ambulatório de Hormonização, foram registradas 245 consultas médicas no período do segundo quadrimestre, e distribuídos 50 medicamentos.

Ainda entre maio e agosto, a Gerência de Vigilância Sanitária inspecionou 2.115 estabelecimentos, e concedeu 1.085 licenças sanitárias. Sobre as arboviroses, a Coordenação de Endemias promoveu 54 ações de mobilização social, monitorou 4.404 armadilhas ovitrampas, e registrou o atendimento de 502 denúncias.

Crédito: Prefeitura de Londrina

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