
Em entrevista à TV Liberal (PA), presidente comentou a retomada de investimentos no estado do Pará e citou obras e empreendimentos que beneficiarão a vida da população paraense mesmo após a realização da COP30 em Belém
Entrevistado nesta sexta-feira (3/10), pela TV Liberal (PA), o presidente Lula destacou, em conversa com a jornalista Jalília Messias, que os investimentos anunciados na quinta-feira (2/10) para o Pará não apenas buscam preparar o estado para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), agendada para novembro, em Belém, mas também melhorar a vida da população com a entrega de obras de infraestrutura, investimento em drenagem e tratamento de esgoto, inauguração do Parque Linear da Nova Doca e de escolas.
Lula explicou que os investimentos federais no Pará já estavam previstos e foram traçados ainda no começo de 2023, no primeiro ano de governo e antes de Belém ser oficializada como a capital escolhida para sediar a COP.
Quando assumi, chamei todos os governadores, o Helder Barbalho [governador do Pará] esteve lá, e nós assumimos a responsabilidade de um investimento no Pará de R$ 45,5 bilhões, dos quais R$ 31,5 bilhões só no estado e R$ 13,9 bilhões em outros estados que fazem fronteira com o Pará. E, até agora, já fizemos investimentos de R$ 15 bilhões, até abril de 2025”, detalhou o presidente
Obras retomadas
Na quinta-feira, o presidente esteve na Ilha do Marajó (PA), onde entregou duas escolas no município de Breves e uma em Melgaço, na Orla de Breves. Mais de 40 obras da educação na região, muitas delas paradas há mais de 10 anos, já foram concluídas devido ao investimento de R$ 34,7 milhões do Novo PAC. O presidente comentou a estagnação na entrega de obras que encontrou ao assumir o mandato.
“Temos mais de 133 obras paradas no Marajó, desde 2010, 2011, 2012, 2013, 2014. É a irresponsabilidade das pessoas que governaram esse país. Ontem eu fui inaugurar uma escola que estava paralisada desde 2012, 2013. Creches que estavam desmontadas, caindo aos pedaços”, relatou. “O investimento no Marajó é de R$ 1,4 bilhão. Em Breves, nós temos 33 obras inacabadas. O prefeito já recuperou 24 e até o final do ano que vem vai acabar as 33 obras”, disse Lula.
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Comunicação com prefeitos — O presidente contou ainda que estabeleceu um acordo com prefeitos para que eles entrem em contato com o Governo do Brasil para comunicar as necessidades dos municípios. “Fiz um pacto de público com eles, pedi a todos os prefeitos para me telefonarem, para me comunicarem o que está faltando nessa região, porque não é possível que a Ilha do Marajó continue com esses índices de pobreza. A gente pode melhorar, a gente vai colocar Luz para Todos, entregar todas as creches que tiverem para ser acabadas, fazer as escolas de tempo integral que a gente tiver que fazer, porque é preciso, definitivamente, tornar as pessoas da Ilha do Marajó visíveis, para que elas não sejam mais vítimas de desconfiança”, explicou.
Saneamento
Passo fundamental para que Belém avance no cumprimento das metas de universalização do saneamento, a obra da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Una, no bairro Telégrafo, contou com investimento de R$ 125,2 milhões, sendo R$ 49,5 milhões do Governo do Brasil e R$ 75,7 milhões de contrapartida do Governo do Pará. Considerada a maior ETE do estado em quantidade de pessoas atendidas e um dos grandes legados da COP30, a estação tem capacidade para tratar até 475 litros de esgoto por segundo e vai evitar o lançamento de esgoto in natura na Baía do Guajará.
“Nessa coleta de esgoto que eu fui visitar, nessa estação de tratamento, nós vamos atender praticamente 350 mil pessoas, que o esgoto vai in natura para o rio. Agora vai ser coletado, vai ser tratado e vai ser devolvido ao rio em condições de decência, à natureza e ao ser humano”, explicou.
O presidente relatou insatisfação ao encontrar a obra de coleta de esgoto paralisada desde 2008. “Em 2008, essa obra foi começada, ainda no meu segundo mandato, e ela está paralisada. Nós vamos inaugurar a maior obra de coleta de esgoto da história do estado do Pará. Isso não é obra para a COP, isso é obra para o povo da cidade de Belém, para o Estado do Pará”, acrescentou.
Legado da COP — Segundo o presidente, a COP é um grande evento que possibilita a entrega de melhorias que perdurarão para os moradores de municípios paraenses. “Estamos fazendo um investimento de praticamente R$ 6 bilhões na cidade de Belém e, quando o evento terminar, as obras vão ficar. E é o povo que vai ter proveito das iniciativas que foram feitas. É o povo que vai visitar as boas estruturas que foram entregues. Só para ter ideia, são 14 canais que nós estamos fazendo drenagem. Quem conhece Belém sabe como é o problema aqui. Tem pessoas que, quando chovia, a casa enchia de água. Isso vai acabar em Belém”, declarou o presidente Lula.
Parque Linear
Localizado ao longo do canal da Doca e da importante Avenida Visconde de Souza Franco, o Parque Linear da Nova Doca foi realizado em parceria do Governo do Pará com o Governo do Brasil, por meio da Itaipu Binacional, que investiu R$ 312,2 milhões. São 24 mil metros quadrados de área construída e requalificada, distribuídos ao longo de 1,2 quilômetro de canal.
O projeto melhora as condições de deslocamento e fluidez do trânsito, com a implantação de via elevada com conceito que prioriza o pedestre. A área também recebeu paisagismo, equipamentos de lazer, práticas esportivas e mirantes de contemplação, academia ao ar livre, quiosques de alimentação e parque infantil. Pavimento e passeios foram restaurados e implantados, e a ciclovia foi incorporada ao desenho do parque com percurso junto aos canteiros arborizados.
Somando tudo, é o maior investimento da história do estado do Pará. Não devido à COP30, mas por causa do Novo PAC, de R$ 45,5 bilhões. E só na COP são R$ 6 bilhões do Governo do Brasil, mais a parceria com o governo do Pará. Então, Belém vai ser muito mais bonita quando terminar a COP”, afirmou o presidente
Crédito: Agência Gov
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