
Presidente participou da 6ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, em Luziânia (GO). Ele exortou a plateia a buscar a preservação da vida e do planeta, e não a destruição. Presidente recebeu carta dos participantes e prometeu entregá-la à ONU
Ao falar para uma plateia de crianças e adolescentes, na 6ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é preciso conhecer o Brasil de perto, visitar seus patrimônios naturais e a cultura de seus povos, como forma de despertar e firmar o desejo de proteger o País e projetar um futuro mais rico e harmonioso.
Ao lembrar de um diálogo que manteve com seu filho caçula, Lula relatou o que disse a ele: “Eu acho que você precisa conhecer um pouco o Brasil, vai conhecer o Nordeste onde eu nasci, vai ver como é que vive o povo daquela região. Sabe por quê? É assim, é assim que a gente desenvolve uma consciência de nação, uma consciência de cidadãos, uma consciência de soberania sobre o seu território, sobre as suas coisas”.
A 5ª Conferência está sendo realizada em Luziânia (GO), desde segunda-feira (6/10) e tem encerramento previsto para a próxima sexta. O presidente participou, nesta quarta, do terceiro dia do encontro, acompanhado de ministros. Ele ouviu também discursos de jovens que participam dos debates. Em sua fala, ao reforçar que o Brasil ainda não conhece a si mesmo como deveria, Lula exaltou o valor do amor ao lugar em que se vive.
A gente não tem noção do que nós somos ainda. Só para vocês terem ideia, nós só temos conhecimentos de 30% das nossas riquezas minerais. Tem 70% que a gente não conhece. A gente não tem o mapeamento das terras raras, que o mundo inteiro está brigando por terra rara. Terra rara, na verdade, é aquela que a gente nasce, aquela que a gente pisa o pé”, disse Lula.
O presidente fazia menção a riquezas minerais que atualmente são objeto de cobiça de todas as nações que querem produzir equipamentos e alta tecnologia, e precisam das chamadas terras raras – e minerais críticos – para isso. O Brasil tem grande quantidade desses minerais e o presidente Lula instituiu um comitê interministerial para identificar as jazidas e instituir uma política de exploração sob controle do próprio País.
“Essa [a terra onde se nasce] é terra rara. A outra é uma terra, sabe, que tem um valor, um valor econômico para fazer coisas, sabe, que a gente está aprendendo a fazer agora. Então, esse encontro de vocês é uma coisa mais que extraordinária, é uma coisa excepcional, porque não há televisão, não há internet, não há influencer que seja mais importante do que vocês, educando o pai de vocês e a mãe de vocês sobre as coisas certas que eles têm que fazer dentro de casa no cuidado do filho”, continuou Lula.
Em seguida, Lula exortou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e da Educação, Camilo Santana, a aprofundar programas educacionais – como a própria Conferência Infantojuvenil – que levem as crianças e adolescentes a desenvolver o espírito e a consciência da preservação ambiental e da vida humana.
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Construir é mais difícil e mais nobre
Lula introduziu o tema da guerra entre os povos, como o ponto máximo da destruição. E exortou os jovens a buscar a construção.
“Vocês sabem que destruir é muito mais fácil do que construir. Destruir é num segundo. Você vê nas guerras a facilidade que eles têm de destruir casas, de destruir pontes, que você levou a vida inteira para fazer, de destruir ferrovia que você levou e, mais grave, destruir vidas que não têm retorno”, argumentou.
“Uma ponte custa, mas você refaz uma ferrovia, você refaz. E uma vida? O que é que você vai fazer com as milhares de mulheres que morreram na faixa de Gaza, mulheres e crianças inocentes? O que é que você vai fazer com as pessoas que foram assassinadas pelo Hamas em Tel Aviv? O que é que você vai fazer? Essas vidas você não recupera”.
Presidente destaca ação policial contra abuso infantojuvenil
“Eu queria dizer para vocês que hoje aconteceu outra coisa fantástica, que não é climática, mas é uma limpeza nesse País. Só para vocês terem ideia, hoje teve uma operação da Polícia Federal e da Polícia Civil dos 27 estados para combater a exploração sexual infantil praticada por meio da internet.
São 900 policiais em ações, 182 mandados de busca e apreensão, 11 mandados de prisão e 47 pessoas presas em flagrante Somente assim, somente assim a gente vai acabar com a exploração de meninas nas terras indígenas, com garimpeiros explorando meninas, sabe, na periferia, nos bairros pobres desse país, nas cidades, na classe média, porque o que não falta é gente safada nesse país para fazer coisa errada”.
Carta para a ONU
Os participantes da Conferência entregaram a Lula e seus ministros uma carta com propostas para a defesa do clima e do meio ambiente. Lula prometeu levá-la às lideranças da ONU, durante a COP 30, que vai ser realizada em Belém, em novembro.
Lula e ministros fazem foto com toda a plateia
“Vocês estão fazendo uma pequena revolução nesse país. Eu vou chegar na ONU. Nós vamos ter a reunião de chefes de Estado em Belém. E eu quero entregar uma carta dessa, Marina [Silva], para cada presidente de país estrangeiro que chegar aqui no Brasil. Eu quero que eles saibam o grau de maturidade política do nosso jovem. Eu quero que eles saibam o grau de maturidade climática que tem o nosso jovem”, disse.
Antes de encerrar sua participação, Lula abriu o microfone para a estudante Valentina, de Macapá (AP), que havia lhe pedido, em conversa reservada, que pudesse falar depois dele. Valentina agradeceu colegas, professores e organizadores da conferência e também a Lula, por ter concluído obras habitacionais na cidade dela, que permitiram à sua mãe morar em uma casa própria.
Ela disse, dirigindo-se a Lula: “E eu queria estar falando um pouco para você, não sei se você se lembra, mas você foi lá em Macapá, ano retrasado das residenciais habitacionais, e a minha mãe foi concedida, o nome dela é Eliane de Brito Leite, e ela conseguiu ganhar. E aí o senhor não só mudou a minha vida, como o senhor mudou a vida de muitos, de muitos que estão aqui”.
Crédito: Agência Gov
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