quarta-feira, setembro 24

Atender demandas sociais é a melhor forma de defender a democracia, diz Lula

Encontro com lideranças internacionais, intitulado “Em Defesa da Democracia, Combatendo Extremismos”, é desdobramento de iniciativa que começou no Chile, em julho deste ano. Presidente diz que o que está em jogo é a história da humanidade

Em sua agenda na ONU, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa hoje (24/9) da segunda reunião intitulada Em Defesa da Democracia, Combatendo Extremismos. O encontro é desdobramento de iniciativa de países sul-americanos e da Espanha, cujos líderes se reuniram em 21 de julho deste ano, em Santiago, no Chile.

Na abertura do encontro, Lula não recorreu ao discurso escrito e falou de improviso. 

O presidente brasileiro afirmou aos líderes presentes que os governos democráticos e populares devem priorizar as pautas da sociedade organizada, sem permitir que os interesses do mercado absorvam toda a agenda. Segundo Lula, a preocupação em responder à imprensa, e “a cobrança do mercado, a necessidade de contentar o mercado”, se colocarem a pauta social em segundo plano, é “o fracasso da democracia”.

“Porque a gente permitiu que a extrema direita crescesse com a força que está crescendo? É virtude deles ou incompetência nossa?”. Ao lado de Lula, lideranças progressistas, como o presidente uruguaio Yamandú Orsi, e o presidente do Chile, Gabriel Boric.

Lula pediu reflexão aos presentes e lembrou da necessidade da organização política popular para impulsionar e consolidar a democracia. Ele lembrou de como despertou para a política.

“Eu comecei a fazer política sem ser político. Eu dizia que não gostava de quem gostava de política. Eu não sabia que [isso] era pura ignorância minha”, disse. “Eu não tenho a tradição e a cultura de ser um militante de esquerda tradicional”, comentou o presidente, após dizer que começou sua atuação sem ter lido obras de referência da esquerda. “Eu era simplesmente um metalúrgico de 23 anos de idade”.

Segundo ele, o desejo de fundar um partido político e se ocupar da política veio após sua primeira visita, ainda como líder sindical, ao Congresso Nacional: “Eu fiz a grande descoberta da minha vida: não tinha trabalhador no Congresso! Como eu quero que aprovem leis favoráveis aos trabalhadores?”, perguntou.

“Com quantas pessoas você falou hoje sobre a necessidade de participação popular?”, questionou, dirigindo-se aos presentes. “Se não organizarmos, a democracia perdeu”, disse. E, para Lula, a defesa da democracia tem a ver com o futuro da humanidade.

Somente a democracia será capaz de construir o multilateralismo e reconstruir a harmonia entre os seres humanos e a civilidade entre os Estados”, disse Lula

A reunião também se alinha ao discurso proferido na abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, na última terça-feira (23), em que Lula defendeu o fortalecimento do multilateralismo, e da própria ONU, como forma de combater os extremismos e o autoritarismo, cujas manifestações e poder têm crescido ao longo dos anos recentes.

A agenda de Lula na ONU tem registrado sucessos. Além do discurso de impacto, em que tratou de temas como o combate à fome e à pobreza – a única guerra em que todos os países podem sair vencedores, segundo o líder brasileiro – e da busca pela paz em regiões como a Faixa de Gaza, Lula também impulsionou o Fundo Florestas para Sempre com um depósito inicial de US$ 1 bilhão, como forma de “liderar pelo exemplo”.

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Acompanhe a agenda de Lula, em transmissão ao vivo pelo Canal Gov, que faz cobertura completa da missão liderada pelo presidente:

Crédito: Agência Gov

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