quarta-feira, outubro 1

Compromisso coletivo no enfrentamento a emergências climáticas marca abertura da Semana da Inovação

A 11ª edição da Semana de Inovação foi aberta nesta terça-feira (30/9), em Brasília, com um chamado à ação coletiva diante da crise climática global. Promovido pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em parceria com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), o Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o evento é considerado o maior encontro de inovação em governo da América Latina e, neste ano, integra a programação oficial da COP 30, que será realizada em Belém, em 2025.

Com o tema “Um Planeta, Uma Chance”, a Semana reúne mais de 15 mil inscritos, entre participantes presenciais e virtuais, vindos de 40 países. A ministra da Gestão, Esther Dweck, destacou a relevância do encontro como espaço de construção de soluções para os desafios ambientais e institucionais que marcam o século 21.

“É impossível enfrentar a emergência climática de forma isolada. Essa é uma agenda em que o multilateralismo é essencial. Se a maioria dos países fizer sua parte, ainda assim alguns poucos podem comprometer os esforços globais. Por isso, precisamos de um compromisso coletivo”, afirmou.

Segundo Dweck, sediar a COP 30 neste momento é oportuno para o Brasil, que busca “liderar pelo exemplo”, sendo um ator central no fortalecimento para a implementação de políticas climáticas. “Esta é a COP 30 da implementação, que é como fazer as coisas; já sabemos o que fazer, mas temos muita dificuldade em como fazer. Precisamos cada vez mais do envolvimento do Estado nessa agenda”, disse.

A mesa de abertura contou ainda com a presidenta da Enap, Betânia Lemos; o secretário de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática (MMA), Aloísio Melo; e o superintendente nacional de Impacto e Sustentabilidade da Caixa, Rogério Saab. Todos reforçaram a urgência de alinhar inovação, sustentabilidade e justiça social, reconhecendo o papel estratégico do setor público no enfrentamento da crise climática.

Para Betânia Lemos, presidenta da Enap, o tema carrega uma urgência, visto que a emergência climática não é mais apenas uma previsão futura, mas uma realidade, onde os impactos daquela já são sentidos em todo o planeta. Para ela, o setor público tem um papel-chave na agenda ambiental, com políticas que enfrentem as emergências climáticas, com ações que mobilizem instituições públicas e privadas, fazendo-se necessário uma gestão comprometida com o futuro.

“A inovação pública não é o fim em si mesmo, ela é uma ponte. Neste caso, uma ponte entre a política e o território, entre a gestão e as pessoas, entre os desafios presentes e as possibilidades do futuro”, disse Betânia.

Já Aloísio Melo, secretário de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática, destacou o debate social na agenda climática. Para o secretário, os efeitos das mudanças climáticas afetam de maneira mais brusca os países menos desenvolvidos e, por isso, a responsabilidade reside especialmente naqueles com mais disponibilidade de recursos. Estes, de acordo com Aloísio, têm mais responsabilidade de avançar e ser proativos na implementação de descarbonização.

“Os países que estão vivendo emergências climáticas e que estão sendo mais afetados pelos impactos dos eventos extremos são aqueles que se desenvolveram menos, que estão mais expostos, que tem mais vulnerabilidades econômicas e sociais”, afirmou.

Na mesma linha, Rogério Saab, superintendente nacional de Impacto e Sustentabilidade da Caixa, defendeu a necessidade de se promover uma transição para economia de baixo carbono de uma forma que os estados mais vulneráveis não saiam prejudicados. De acordo com o superintendente, estamos próximos do ponto de “não-retorno”, em que a deterioração da natureza não vai mais poder ser revertida.

“A gente percebe que os eventos climáticos extremos vão acontecer, vão acontecer cada vez com maior intensidade, com maior recorrência, e nós precisamos fazer alguma coisa, precisamos tomar alguma atitude de forma proativa, para que essa realidade não prejudique aqueles que são mais vulneráveis.”

Durante a cerimônia, também foi lançado o Manifesto 2025 da Semana de Inovação, que convoca governos, sociedade civil e setor privado a transformar desafios ambientais em oportunidades de desenvolvimento sustentável, com protagonismo dos servidores públicos como agentes de mudança.

A Semana de Inovação segue até o dia 2 de outubro.
Para informações, acesse:
https://semanadeinovacao.enap.gov.br/index.php/pt/

Crédito: Agência Gov

Leia Mais em: O Maringá