terça-feira, setembro 16

“Conexão Inclusiva” debate acessibilidade com espetáculos, oficinas e rodas de conversa em Londrina

Nos dias 27 e 28 de setembro, Londrina será palco do Conexão Inclusiva, um festival focado em acessibilidade, diversidade e inclusão social no campo das artes e da cultura. Produzido pela Palipalan Arte e Cultura (produtora com sede em São Paulo e filial em Londrina), a programação conta com oficinas, espetáculos acessíveis, rodas de conversa e um fórum de debates, todos gratuitos. O principal objetivo é reunir diferentes públicos para pensar maneiras de tornar a produção cultural mais acessível, inclusiva e diversa na cidade de Londrina.

“O Conexão Inclusiva nasceu de uma inquietação, da percepção de que vivemos um momento crucial de transformação do cenário da cultura, com novos agentes, novos públicos e uma produção cada dia mais diversa”, conta Patricia Braga Alves, diretora do Conexão. “A ideia, então, é promover uma programação que transborde essa diversidade, desde as oficinas e rodas de conversa, até os espetáculos”, explica.

Fredda Amorim, produtora cultural com mais de 15 anos de experiência, vai ministrar oficina sobre inclusão em eventos culturais. Foto: Divulgação

A programação começa no sábado, 27, com uma oficina voltada aos produtores culturais da cidade. “Como Pensar um Evento Acessível e Diverso”, com a artista e produtora Fredda Amorim, convida profissionais e estudantes da cultura a mergulharem em uma reflexão prática e política sobre a produção de eventos, partindo de perspectivas anticoloniais, anticapacitistas, racializadas e LGBTQIAPN+.

Fredda é travesti, negra e tem mais de 15 anos de experiência em gestão e produção cultural. Na oficina, voltada a pessoas que produzem cultura em suas diversas linguagens, a artista compartilha as experiências, ferramentas e metodologias que acumulou a partir de sua vivência e trabalho no campo cultural. “Com o tempo, entendi que é necessário pensar a produção cultural não apenas como organização técnica, mas como prática de afeto, reparação e justiça social”, defende Fredda.

Acessibilidade em cena – Após a oficina, no sábado à noite, o Conexão Inclusiva abre o palco com o espetáculo “Mulher, como você se chama?”, da Alfaiataria Espaço de Artes, de Curitiba. O solo traz a atriz Janaina Matter, que também assina a dramaturgia, e apresenta a sua busca por respostas para a  inquietação sobre o apagamento das mulheres na história do mundo. “Falar de muitas mulheres é também falar de uma, falar de uma mulher é falar de muitas”, reflete.

Janaína Matter em “Mulher, como você se chama?”. Foto: Elenize Dezgeniski

O espetáculo será apresentado na Divisão de Artes Cênicas da UEL, com ingressos distribuídos uma hora antes do espetáculo, e terá uma segunda sessão, no domingo, desta vez com visita tátil. “A experiência da visita tátil, que ocorrerá no domingo, é uma forma de apresentar o espetáculo às pessoas que não enxergam, mas que podem explorar o cenário, figurino, e outros elementos a partir do toque”, adianta Patrícia. A visita é aberta às pessoas interessadas e será antes do início da peça, como uma ferramenta de acessibilidade direta no palco.

Além de “Mulher, como você se chama?”, a programação ainda trará o espetáculo “O País que perdeu as cores”,  que tem atrizes-intérpretes de libras (a língua brasileira de sinais) como parte do elenco de. “Ao todo são 15 pessoas no palco, entre atores e atrizes, músicos e atrizes-intérpretes de libras que contam juntos a história”, informa Danni Vianna, da Cia Barco, de São Paulo.

O espetáculo narra a experiência de um povo surpreendido pelo desaparecimento da Velha Presidenta e a ascensão de um governante autoritário ao poder. Com o novo governante, o país começa a perder as cores que só o povo unido poderá recuperar. “O País que perdeu as cores” será apresentado no Zerão.

Fórum de debates: diálogo inclusivos – Além da programação cultural, o Conexão Inclusiva reservou um espaço da programação para partilhar experiências e firmar compromissos em torno da pauta da acessibilidade e da diversidade na cultura. O “Diálogos Inclusivos: fórum de debate sobre diversidade, inclusão e cultura”  vai promover dois dias de troca de experiência entre agentes da cultura, comunidades diversas, territórios e poder público, a fim de construir uma carta coletiva indicando parâmetros e demandas em torno do tema.

O Fórum será organizado por eixos temáticos, abordando desde direitos humanos e diversidade de gênero, até a acessibilidade em equipamentos culturais, filmes e festivais. “É uma grande roda de conversa para trocar experiências, informar, inspirar pessoas e levantar demandas. É uma aposta, também, na potência das reflexões coletivas”, reforça Patrícia.

Programação completa:

Sábado, 27/9

  • 9h30 | Lançamento da Programação – Vila Triolé Cultural / Online
  • 10h–13h | Oficina “Como Pensar um Evento Acessível e Diverso” com Fredda Amorim – Vila Triolé Cultural
  • 14h30–17h30 | Diálogos Inclusivos: Fórum sobre diversidade, inclusão e cultura – Biblioteca Municipal
  • 20h30 | Espetáculo “Mulher, como você se chama?” – DAC (Divisão de Artes Cênicas da UEL)
  • 21h30 | Roda de conversa – DAC (Divisão de Artes Cênicas da UEL)

 Domingo, 28/09

  • 10h–13h | Diálogos Inclusivos: Fórum sobre diversidade, inclusão e cultura – Secretaria Municipal de Cultura
  • 16h | Espetáculo de rua “O País Que Perdeu As Cores” (infantojuvenil) – Zerão (gramado ao lado do Anfiteatro)
  • 19h | Visita tátil ao espetáculo – DAC (Divisão de Artes Cênicas da UEL)
  • 19h30 | Espetáculo “Mulher, como você se chama?” – DAC (Divisão de Artes Cênicas da UEL)

Mais oficinas em novembro – Além do próximo fim de semana de atividades, o Conexão Inclusiva retorna à cidade no dia 1 de novembro, com mais atividades formativas em torno da acessibilidade. Conduzidas por Lucas Grigio, a “Oficina de Acessibilidade para Crianças e Jovens” trará atividades lúdicas que incentivam a convivência, a escuta ativa e o respeito à diversidade. A oficina ocorre no jardim Nossa Senhora da Paz, na Bratac, e deve partir das próprias referências e acúmulos do território para pensar diversidade e acesso.

No mesmo dia, o produtor realiza a oficina de “Acessibilidade para Produtores Culturais”, voltada a artistas e trabalhadores da cultura. A oficina vai oferecer ferramentas práticas para integrar acessibilidade em projetos, eventos e espaços de cultura.

Toda a programação é gratuita e contará com medidas de acessibilidade como intérprete de Libras, audiodescrição, linguagem simples e espaços adaptados, garantindo também a participação de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.

Sobre – O festival Conexão Inclusiva é um projeto contemplado pelo Edital 003/2024 PNAB – Secretaria Municipal de Cultura de Londrina e tem realização da Palipalan Arte e Cultura.

Fundada por Patricia Braga Alves e Maria Fernanda Coelho, ambas com raízes profissionais em Londrina, a Palipalan construiu trajetória reconhecida nacional e internacionalmente por projetos culturais de relevância. Desde a inauguração da filial na cidade, em 2019, a empresa fortalece intercâmbios artísticos e colaborações com comunidades locais, promovendo ações de formação e circulação de espetáculos. A Palipalan também é a produtora responsável pelo CICLO – Circuito de Artes e Conceitos de Londrina, que estreou em 2020 com grande impacto na cidade.

Texto: Assessoria de Imprensa do evento Conexão Inclusiva

Crédito: Prefeitura de Londrina

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