quarta-feira, outubro 8

‘Direção é ter mais transferências dos países ricos para pagar dívida histórica’

Secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, detalha prioridade da COP 30 de implementar financiamento climático internacional no valor de 1,3 trilhão de dólares para medidas de mitigação e adaptação climática

Um dos principais objetivos da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em novembro, em Belém (PA), é implementar o financiamento público e privado de 1,3 trilhão de dólares, definido na COP 29, realizada em Baku, no Azerbaijão, no ano passado. Foi o que afirmou a secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, durante o programa Estúdio COP 30, exibido pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação.

A direção é a de ter maiores transferências de recursos dos países desenvolvidos ou ricos para os países em desenvolvimento, para ajudar na transição, acelerar a transição e, digamos, de alguma forma, pagar essa dívida histórica”, disse a secretária

Os valores vão financiar medidas de mitigação e adaptação climática que consigam limitar o aquecimento global à 1,5° C, considerando especialmente as necessidades de populações mais vulneráveis.

“Há uma dívida histórica dos países desenvolvidos, que foram os principais promotores de um padrão de produção, de consumo, enfim, de desenvolvimento. E que trouxe muito crescimento, mas também trouxe muitos impactos climáticos, também ambientais e sociais de diversas ordens. Por outro lado, nas últimas décadas, os países em desenvolvimento também cresceram muito e hoje também são grandes emissores, muitos deles, não todos. Mas o compromisso em si, ele é baseado numa dívida histórica e em compromissos formais dos países desenvolvidos ao longo do tempo”, afirmou Tatiana

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Nesse sentido, a principal proposta que o Brasil levará à Conferência é o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), que pretende criar um novo modelo de financiamento para remunerar os países que mantêm suas florestas tropicais preservadas.

O objetivo do fundo é captar recursos de países e da iniciativa privada, pagando juros baixos, para depois usar o diferencial desses rendimentos para remunerar os países que mantêm florestas tropicais em pé. A meta inicial é levantar cerca de 25 bilhões de dólares junto a governos, com potencial para ultrapassar os 100 bilhões de dólares com a entrada do setor privado.

Outras ações são o programa Eco Invest Brasil, que mobiliza capital privado por meio de linhas de financiamento e sistemas de proteção contra volatilidade cambial para projetos verdes, a Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica (BIP, na sigla em inglês), que facilita investimentos internacionais que apoiem projetos estratégicos para o desenvolvimento sustentável do país, com foco na transição ecológica e no combate à mudança do clima, e o Círculo de Ministros de Finanças da COP 30, com a participação de 25 países, organizações internacionais, setor privado e sociedade civil, buscando construir uma agenda para chegar ao financiamento de 1,3 trilhão de dólares.

Essa COP é uma COP da implementação. Nós já construímos um arcabouço em termos de acordos internacionais e através das contribuições nacionalmente determinadas, que nos permite ter ambição”, afirmou

“Para que essa implementação possa ocorrer, é nessa área que nós precisamos trabalhar mais. É por isso que nós acreditamos que essa contribuição especial do Ministério da Fazenda, seja com propostas concretas na área do Fundo de Florestas Tropicais, do Ecoinvest, e que estão sendo consolidadas no relatório do Círculo de Ministros das Finanças para a COP 30”, explicou a secretária

Assista à integra do programa Estúdio COP 30

O programa Estúdio COP 30, do Canal Gov, é exibido na TV aberta (canal digital 2.2 em SP e 1.2 demais estados) às segundas e quartas-feiras, às 13h. Traz entrevistas dedicadas a discutir grandes temas e bastidores da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em novembro, em Belém (PA)

Crédito: Agência Gov

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