
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, recebeu de representantes da indústria nacional o pedido de “reforço” no quadro de servidores da União, em órgãos como a Receita Federal e agências reguladoras, considerados estratégicos para o suporte à atividade do setor. A ministra participou de encontro do Fórum Nacional da Indústria, na última sexta-feira (26/9).
A necessidade de mais contratações para a administração pública não era o principal tema do encontro, mas veio à tona enquanto a ministra discorria sobre a Estratégia Nacional de Compras Públicas, que o Governo do Brasil está preparando.
Os empresários pediram reforço na equipe de servidores em órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), lembrando que gargalos na atuação desses órgãos acabam gerando morosidade na atuação industrial.
Fico feliz de ver que partilhamos a visão de que o Estado precisa de mais servidores para atender às demandas da sociedade e dos setores empresariais. Quando chegamos, em 2023, havia uma carência gigantesca de pessoal. Fomos autorizando concursos em várias áreas, incluindo Receita, agências, Banco Central”, respondeu a ministra.
A ministra reforçou que, na visão do governo do presidente Lula, o desenvolvimento demanda atuação conjunta dos setores público e privado. E complementou que em janeiro de 2023, quando o novo Governo tomou posse, encontrou uma situação de desmonte de vários setores e políticas públicas.
“Esse processo de recomposição do setor público está em curso”, prosseguiu ela. “Tivemos uma saída líquida de mais de 70 mil pessoas nos últimos dez anos e já recontratamos 15 mil. Não vamos recontratar todos os 70 mil porque não precisamos mais do mesmo quantitativo; precisamos de menos gente porque houve uma modernização e uma transformação digital grande, mas vamos continuar precisando de gente. Então eu fico feliz com essa demanda por reforçar o quadro de pessoal do governo federal”, disse Dweck .
Poder de compra do Estado
A ministra Esther Dweck, por sua vez, convocou a indústria brasileira a ser parceira do Estado para dinamizar e modernizar o uso do poder de compra do Estado como ferramenta para estimular o desenvolvimento tecnológico, produtivo e sustentável no país.
Precisamos muito da parceria da indústria para que possamos fazer essa grande Estratégia Nacional de Compras Públicas, envolvendo não só o governo federal, mas os estados e municípios para reforçar o papel estratégico das compras públicas”, disse Esther Dweck.
As declarações foram feitas durante a 4ª reunião ordinária de 2025 do Fórum Nacional da Indústria, promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) , quando a ministra apresentou as medidas já adotadas e novos projetos do Governo do Brasil para potencializar esse poder do Estado.
Esther apresentou a proposta de criação da Estratégia Nacional de Compras Públicas, construída a partir de oficinas regionais com a participação de federações, especialistas e entes federativos, e convocou a indústria para participar desse esforço.
O Estado não é um consumidor comum, ele é o maior comprador agregado, chega a quase 12% do PIB. As compras públicas têm que ser usadas como instrumento estratégico para desenvolvimento industrial, tecnológico e com impactos sociais e ambientais”, afirmou a ministra.
A política de compras públicas, explicou a ministra, se insere na agenda de retomada do desenvolvimento e do crescimento econômico e social do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também integram essa agenda a reforma tributária, a responsabilidade fiscal, o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) e as 38 medidas já adotadas pelo MGI para transformar o Estado e torná-lo mais eficiente e capaz de entregar melhores serviços públicos para a população.
E essa agenda, ressaltou a ministra, está dando certo , como demonstram a baixa taxa de desemprego, a criação de milhões de novos empregos, a saída do Brasil do Mapa da Fome da ONU, entre outros avanços registrados desde 2023.
No debate com a ministra Esther Dweck, representantes de diferentes setores da indústria fizeram sugestões para usar o potencial das compras públicas para induzir políticas de desenvolvimento local, sustentabilidade e inclusão, adotando regras que garantam um diferencial competitivo para empresas que apliquem políticas definidas de descarbonização ou políticas de diversidade na contratação de pessoal.
A ministra informou que o MGI acabou de soltar uma Instrução Normativa que colocou como critério de desempate nas licitações públicas empresas que tenham medidas de igualdade de gênero e a intenção é incluir também critérios de diversidade racial.
Crédito: Agência Gov
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