
Em pronunciamento no Plenário nesta quarta-feira (1º), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) criticou a falta de equipes de cirurgia pediátrica no Hospital Geral Waldemar de Alcântara, em Fortaleza. Segundo o parlamentar, a unidade está há 12 meses sem profissionais para atender emergências e procedimentos de alta complexidade. Ele afirmou que a ausência de médicos coloca em risco a vida de recém-nascidos e fere normas do Ministério da Saúde, que determinam a presença de cirurgião pediátrico para o funcionamento das unidades de terapia intensiva (UTIs).
— Esse hospital dispõe de 98 leitos pediátricos, incluindo unidades de alta complexidade, de médio risco neonatal, de pacientes crônicos, além das UTIs neonatais. Em função disso, o hospital deixou de receber novos pacientes e está realizando o processo gradual de transferência para o Hospital Albert Sabin. Olhem o colapso que a gente está vendo na saúde, fazendo com que as crianças, os bebês estejam enfrentando esse caos. Há anos que os governos do PT e do PDT vêm adotando uma política de terceirização dos serviços da saúde — declarou.
O parlamentar ressaltou que a situação também atinge o Hospital Geral de Fortaleza (HGF), considerado o de maior complexidade obstétrica e neonatal do estado. Ele enfatizou que a unidade não possui equipes de cirurgia pediátrica em regime de 24 horas. Além disso, alertou para o risco de paralisação no Hospital Infantil Albert Sabin, outra referência para os 184 municípios do Ceará, que poderá encerrar, neste mês, o contrato com a cooperativa de pediatras do estado.
O senador lembrou ainda que a segurança pública do Ceará enfrenta uma situação crítica, em função do avanço das facções criminosas. Ele mencionou o caso de um tiroteio em uma escola de Sobral, que resultou na morte de dois estudantes, e citou episódios de violência como incêndio de veículos e a expulsão de moradores de suas residências. Para Girão, a crise em áreas básicas evidencia a precariedade das ações do governo estadual em setores essenciais.
— Nós estamos diante de uma clara e inaceitável deficiência de gestão, tanto na questão da saúde quanto na segurança. Estão gerando desemprego no estado do Ceará, porque é um estado paralelo que administra. Eu pedi ao presidente da República, Lula, desde março deste ano, uma intervenção federal para que, pelo menos, a Força de Segurança Nacional esteja lá para dar uma sensação de segurança, mas está engavetado na mesa do presidente da República, e a gente não tem apoio do governo [estadual] para pedir esse reforço — disse.
Crédito: Agência Senado
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