terça-feira, setembro 16

Medicina de emergência: conhecimento e agilidade que salvam vidas

A especialidade de Medicina de Emergência é relativamente nova e completará 10 anos em 2025 – Divulgação

O som alto da sirene, o brilho das luzes e a agilidade com que a ambulância atravessa os portões de uma das maiores emergências da América Latina dão o tom: trata-se de mais um caso de vida ou morte. Os médicos responsáveis pelos primeiros atendimentos aos casos mais graves, como vítimas de acidentes de trânsito e de violência urbana, são os emergencistas, e são responsáveis por cerca de 7% desses atendimentos. Atualmente, o Hospital Municipal Souza Aguiar (HMSA) realiza, em média, mais de 9 mil atendimentos de urgência e emergência por mês, contando com dez emergencistas na sala vermelha e oito residentes em formação na especialidade.

A especialidade de Medicina de Emergência é relativamente nova e completará 10 anos em 2025. Sua atuação busca promover uma mudança nos sistemas de saúde. Assim como o médico de saúde da família e comunidade organiza o cuidado ambulatorial, o emergencista atua na organização do cuidado hospitalar. Ele pode ser considerado um grande generalista, cujo objetivo não é tratar todas as necessidades do paciente, mas reunir os conhecimentos necessários para retirá-lo da fase aguda e encaminhá-lo ao especialista adequado.

– Existe uma necessidade muito grande de treinar esses profissionais, para que possamos contar com pessoas especializadas atendendo os pacientes no pior dia da vida deles. Esse é um assunto que levamos com muita seriedade e responsabilidade. Hoje, a cidade do Rio de Janeiro conta com esse programa pioneiro, investindo na Medicina de Emergência como estratégia de saúde pública. A semente está sendo plantada para promover a mudança nas emergências do Rio – ressaltou Daniel Schubert, coordenador do serviço de emergência do Souza Aguiar e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

Já Francisco Eduardo Silva, supervisor de residência Médica de Medicina de Emergência, rotina do serviço de cirurgia geral do HMSA e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), cita a importância da formação dos médicos que realizam a residência nessa especialidade no HMSA:

– Nossos residentes fazem a diferença na Sala Vermelha, além de atuar em outros setores do complexo hospitalar. E posso dizer que hoje temos o serviço de residência médica mais completo do Estado do Rio – disse ele, que foi o responsável por montar o serviço e implantar o programa de residência da unidade, em 2022.

Foi pelas mãos de uma médica experiente que o piloto de helicóptero e policial penal Neilson Santana, de 52 anos, recebeu o atendimento rápido e preciso que salvou sua vida. Era sábado de manhã, 2 de novembro de 2024. Neilson havia acabado de sair do trabalho e seguia para casa quando sofreu um grave acidente automobilístico na Ponte Rio–Niterói. Ele deu entrada no hospital com traumatismo craniano, com grande perda sanguínea.

– Embora tenha chegado acordado, após poucos minutos começou a descompensar e identificamos um choque hemorrágico. Foram realizadas as manobras necessárias para que ele pudesse responder e normalizar seus parâmetros, mas voltou a descompensar, precisou ser entubado e receber bolsa de sangue – contou a médica Sheila Nagliati, emergencista de rotina da Sala Vermelha.

O paciente permaneceu 24 horas sob seus cuidados, até ter condições de ser transferido para uma unidade particular.

Neilson lembra do acidente, dos primeiros cuidados ainda na ponte e da chegada ao HMSA. Depois disso, só recorda de ter despertado em outro hospital, dias depois. Ele atribui o desfecho favorável ao trabalho da equipe da Sala Vermelha.

– Eu não tenho a menor dúvida: ter vindo para o Souza Aguiar, que é uma grande emergência, foi a melhor coisa. Foi decisivo. Cheguei rápido e, dentro da Sala Vermelha, também fui atendido rapidamente. Foi primordial. Dentro do meu azar, eu dei sorte: tive uma segunda chance. Sou grato às equipes que me atenderam.

A médica Sheila fala sobre seu amor pelo SUS e deixa um recado aos futuros emergencistas:

– Eu sou filha do SUS. Minha formação acadêmica é pública, e o lugar que mais me deixa feliz de trabalhar é no SUS. Aqui no Souza oferecemos um atendimento especializado em emergência, estamos todos os dias para mudar o desfecho de muitas histórias. Meu recado para futuros médicos emergencistas é: continuem, sejam firmes, vocês estão no caminho certo. E lembrem-se da premissa: qualquer um, a qualquer hora, em qualquer lugar. Nós estamos prontos para atendê-los.

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  • 16 de setembro de 2025
  • Crédito: Prefeitura do Rio de Janeiro

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