quinta-feira, outubro 9

Paraná tem maior número de pessoas que viajam para outros países à trabalho

O Paraná tem o maior número do Brasil de trabalhadores que se deslocam do município de residência para outro país a trabalho, aponta o novo recorte de Censo 2022, divulgado nesta quinta-feira (09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que trata sobre deslocamentos para trabalho e estudo. São 6,2 mil pessoas nessa condição no Estado, 0,11% em relação ao total de 5,6 milhões de pessoas ocupadas em 2022, ano de referência da pesquisa.

O número pode ser explicado devido ao fato de o Paraná fazer fronteira com dois países: a Argentina e o Paraguai, sendo que no segundo caso trata-se da mais movimentada do País, onde passam mais de 40 mil veículos pela Ponte da Amizade todos os dias. Rio Grande do Sul, com 5,2 mil pessoas que trabalham em outro país, e São Paulo, com 4,3 mil, aparecem na sequência. Em todo o Brasil, são 32 mil trabalhadores que cruzam a fronteira por motivos de trabalho.

A cidade de Foz do Iguaçu, no Oeste, tem 3,21% dos moradores com local de exercício do trabalho principal em um país estrangeiro, seguido pela vizinha Santa Terezinha do Itaipu, com 1,84%.

TRABALHO LONGE DE CASA E HOME OFFICE – Do contingente de 5,6 milhões de pessoas ocupadas no período de referência, 4,8 milhões trabalhavam no mesmo município em que moravam, sendo que, deste total, 3,9 milhões exerciam o seu trabalho fora do domicílio, enquanto que outros 908 mil realizavam teletrabalho (home office). 610 mil paranaenses se deslocavam para outra cidade para trabalhar, e 76 mil para mais de um município ou país.

Segundo o IBGE, em cinco municípios paranaenses mais da metade das pessoas trabalhavam fora do seu município de residência. São eles: Fazenda Rio Grande, Campo Magro, Piraquara, Almirante Tamandaré e Sarandi. Todas as cidades estão muito próximas de grandes centros urbanos, como Curitiba, no caso das quatro primeiras, e Maringá, no caso da última.

Dentre as faixas de renda, 1,8 milhão de pessoas com rendimento entre um e dois salários mínimos trabalham no mesmo município em que residem. A mesma faixa de rendimento concentra 254 mil pessoas que precisam se deslocar para outra cidade para trabalharem.

Do total de trabalhadores que exercem sua profissão fora do próprio domicílio, 1,43 milhão levam de 6 a 15 minutos para chegarem ao emprego; 1,42 milhão de 15 minutos até meia hora; 773 mil entre meia hora e uma hora; 576 mil até 5 minutos; 294 mil de uma a duas horas de deslocamento; 22 mil levam entre duas e quatro horas; e 15 mil pessoas passam mais de 4 horas em deslocamento.

Já a forma de transporte mais utilizada pelos paranaenses para se deslocar ao trabalho é o automóvel, com 2 milhões de usuários (44,6%). Trata-se do terceiro maior percentual do País, atrás apenas de Santa Catarina (48%) e Distrito Federal (45,2%). Em seguida vem ônibus, com 781 mil pessoas (17%); a pé, com 721 mil (15,7%); motocicleta, com 578 mil (12,6%); e bicicleta, com 237 mil (5,1%), como os principais meios utilizados.

EDUCAÇÃO – Com relação aos deslocamentos relativos à educação, dos 3 milhões de estudantes que frequentavam escola, creche ou ensino superior, 2,7 milhões o faziam no mesmo município em que moravam (91,7%); outros 239 mil se deslocavam para outra cidade (7,98%); e 8,8 mil (0,19%) viajavam para outro país para estudar.

O ensino fundamental concentra o maior número de estudantes que estudam no mesmo município em que residem, com 1,3 milhão, enquanto que o ensino superior concentra o maior número absoluto de alunos que precisam se deslocar para outra cidade para estudar, com 117 mil. Em relação àqueles que vão para outro país, 6,6 mil são do ensino superior.

Fonte: AEN PR