segunda-feira, novembro 17

Prefeitura lança campanha “Tuberculose – Londrina com você nesta luta”

A Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), lançou a campanha “Tuberculose – Londrina com você nesta luta”. O evento ocorreu no auditório da sede administrativa, nesta segunda-feira (17), data em que se celebra o Dia Nacional de Combate à Tuberculose. A iniciativa tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da prevenção, do diagnóstico em tempo oportuno e do tratamento completo da doença. A campanha busca reforçar o alerta para a tuberculose, que tem cura, e intensificar os esforços do município no enfrentamento da enfermidade, considerada a principal causa de morte por doenças infecciosas no Brasil.

Em todo o país, em 2024, foram registrados 84.308 novos casos de tuberculose, dos quais 68,2% em pessoas do sexo masculino e 65,8% em cidadãos pretos e pardos. No Paraná foram 2.707 casos em 2024 e, em Londrina, 204 casos, sendo seis em crianças. Em 2025, o município registra, até o momento, 163 casos confirmados, sendo seis em crianças. As populações de maior risco são: pacientes com HIV ou Aids, população privada de liberdade, população em situação de rua, indígenas e imigrantes.

Foto: Emerson Dias/ NCom

Durante o lançamento da campanha de combate à tuberculose, o prefeito Tiago Amaral destacou que a principal missão da Prefeitura é fortalecer a prevenção em saúde. Ele afirmou que, muitas vezes, o óbvio se perde no processo, mas que a verdadeira jornada da saúde começa antes da doença, quando o poder público age para evitar que as pessoas adoeçam. “Os planos de saúde e gestores já reconhecem que ampliar ações preventivas é essencial para reduzir a sobrecarga em hospitais, UTIs e pronto-socorros. Em Londrina, essa estratégia está sendo colocada em prática, com as equipes saindo de seus espaços de trabalho e indo até a população, reforçando o compromisso do município em cuidar das pessoas antes que elas precisem de atendimento emergencial”, afirmou.

Foto: Emerson Dias/ NCom

A secretária municipal de Saúde, Vivian Feijó, destacou que a tuberculose é uma doença antiga, com prevenção e tratamento disponíveis na rede pública de saúde. Segundo ela, Londrina é referência tanto para o município quanto para a região, com um trabalho intenso nas Unidades Básicas de Saúde, no Centro Integrado de Doenças Infecciosas (CIDI) e em parceria com o Hospital Universitário, responsável pelos casos mais graves. “Embora seja uma doença que afete principalmente populações vulneráveis, como pessoas privadas de liberdade e indivíduos em situação de vulnerabilidade social, a tuberculose também alcança a população em geral”, frisou.

Foto: Emerson Dias/ NCom

Com relação à campanha, a secretária informou que Londrina está totalmente mobilizada por meio de toda a sua rede. “Nós atuaremos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), nas comunidades e na Feira da Saul Elkind. Também estaremos capacitando os nossos profissionais, que atendem nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nas UBSs, para que possamos acender um alerta no diagnóstico”, afirmou.

Ela reforçou que pessoas com tosse prolongada por mais de três semanas devem buscar investigação para tuberculose, por meio da coleta do bacilo, garantindo diagnóstico e início oportuno do tratamento. “Qualquer pessoa com sintomas ou suspeita pode procurar uma UBS, pois o Município possui protocolo bem definido e a maioria dos pacientes é acompanhada nas próprias unidades, enquanto os casos mais específicos são acompanhados no CIDI”, disse.

A secretária lembrou ainda que existe a vacina BCG, aplicada ao nascer, que protege contra as formas graves da tuberculose. “Também quero deixar registrado que o grande problema da tuberculose é a subnotificação, pois muitas pessoas não fazem o diagnóstico, já que existe um estigma da doença e, por isso, não fazem os registros. Isso quer dizer que os números são muito maiores do que os divulgados”, afirmou.

Foto: Emerson Dias/ NCom

O médico infectologista do Cidi, Fábio Crespo, explicou que o principal sinal de alerta para tuberculose é a tosse persistente. Segundo ele, na população geral, uma tosse acima de três semanas já merece investigação. No entanto, nas populações mais vulneráveis, como pessoas em situação de rua, usuários de álcool, indivíduos com HIV/Aids, pessoas com diabetes e profissionais de saúde, qualquer tempo de tosse já exige coleta de amostras para diagnóstico. “Além da tosse, outros sintomas comuns são febre no fim da tarde, sudorese noturna e emagrecimento”, disse.

Crespo acrescentou que os casos se concentram principalmente em adultos jovens, na população economicamente ativa, mas chamou a atenção para um crescimento preocupante entre crianças. “É uma faixa etária em que temos observado aumento no número de diagnósticos”, alertou.

Foto: Emerson Dias/ NCom

Ações – Entre as ações previstas para a campanha, destaca-se uma reunião com os coordenadores das UBSs, que será realizada nesta terça-feira (18). O encontro terá como objetivo apresentar os dados epidemiológicos da tuberculose no município, definir fluxos de atendimento e alinhar as ações programáticas que serão desenvolvidas ao longo da mobilização.

No dia 22 deste mês, das 8h às 14h, a campanha será levada para a Feira da Saul Elkind. No local, haverá testagem rápida de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), verificação de pressão arterial e HGT, orientações sobre sinais e sintomas de Tuberculose, realização de hemograma, lipidograma, glicemia de jejum, creatinina e PSA.

No dia 28 de novembro, das 8h às 14h, haverá uma ação especial na Concha Acústica. As atividades incluem: orientações e coleta de escaro para sintomáticos, testagem rápida de ISTs, distribuição de autoteste de HIV, verificação de pressão arterial e HGT, realização de hemograma, lipidograma, glicemia de jejum, creatinina e PSA, atividade em Saúde Mental, vacinação e cadastramento para a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP).

Foto: Emerson Dias/ NCom

Outra ação de destaque será a capacitação para sensibilização e manejo dos casos, com o objetivo de fortalecer a identificação precoce, o fluxo de atendimento e a condução adequada dos casos suspeitos e confirmados de tuberculose. A proposta deve iniciar em 2026.

Haverá, também, o fortalecimento das ações intersetoriais, nas penitenciarias, com as secretarias de Assistência Social, Política para as Mulheres e do Idoso, e Conselho Tutelar. A intenção é reduzir barreiras de acesso, aumentando a detecção precoce e garantindo a continuidade do cuidado.

Entre os presentes na solenidade de lançamento da campanha, estiveram o vice-prefeito Junior Santos Rosa; o vereador Sídnei Matias; o secretário municipal de Defesa Social, Felipe Juliani, que representou o secretariado municipal; Luiz Toshio, representando a 17ª Regional de Saúde; a diretora clínica do Hospital Universitário (HU), Priscila Nader; a docente de Infectologia do HU, Suzana Wichimann; o coordenador regional da Polícia Penal, Élcio Basdão; e o tenente-coronel Ricardo Eguedis, comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar do Paraná.

Crédito: Prefeitura de Londrina

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