
Para verificar impactos ocasionados pelas fortes chuvas e tempestades registradas na última sexta-feira (7), equipes da Prefeitura de Londrina percorreram vários bairros nesta segunda-feira (10), prestando auxílio em diferentes áreas do município. O objetivo foi identificar possíveis danos em imóveis, demandas e necessidades da população, incluindo problemas de abastecimento de água e energia. Mesmo não estando no escopo de responsabilidades técnicas diretas do Município, o contato está sendo mantido com a Sanepar e a Copel para que as soluções pendentes, nesses dois segmentos, sejam agilizadas e as condições normais restabelecidas.
Por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), via Vigilância Ambiental, cerca de 50 agentes de endemias percorreram, de manhã e à tarde, domicílios nos bairros Aparecidinha, São Jorge, Jequitibá e Novo Horizonte, todos na zona norte e de onde partiram mais chamados por ajuda. Os grupos conversaram com os moradores para saber se estavam precisando de suporte, levantando informações para a tomada de providências.
Até o momento, há mais de 340 imóveis cadastrados com problemas decorrentes das chuvas, enquanto quase 40 árvores foram retiradas pela Secretaria Municipal do Ambiente (Sema) e Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), que também deu suporte no trânsito e monitorando semáforos. A remoção de árvores continuará nos próximos dias, atendendo a chamados já registrados e outros possíveis adicionais. De acordo com a Secretaria Municipal de Defesa Social, foram mais de 140 registros envolvendo queda de árvores.
Uma ferramenta on-line foi desenvolvida pela SMS com finalidade de registrar e classificar, em tempo real, as condições encontradas. Segundo o gerente de Vigilância Ambiental, Nino Ribas, esse mecanismo permite que as informações sejam automaticamente integradas a um banco de dados compartilhado com outras secretarias, possibilitando a rápida mobilização e articulação das ações intersetoriais. “Trata-se de mais uma atuação estratégica dos Agentes de Combate às Endemias (ACEs) em prol da saúde pública, garantindo que, mesmo diante de situações de emergência, a população receba o suporte necessário e o direcionamento adequado por parte da Secretaria Municipal de Saúde. Vamos acompanhar a situação diariamente e qualquer ocorrência relevante terá o monitoramento adequado dentro deste plano de ação”, frisou.

Ketlin Moraes vive no Residencial Jequitibá, foi uma das atendidas pela equipe da Vigilância Ambiental e contou que sua família tomou um susto grande na sexta-feira à noite, e madrugada de sábado, devido as pancadas intensas de chuva e ventania. “Felizmente, foi apenas um susto e não tivemos danos na estrutura da casa, apesar da falta de água, que já retornou. A visita da Prefeitura aqui é muito boa, pois demonstrou atenção e cuidado, verificando se precisávamos de água, telhas e outros mantimentos. É a primeira vez, em mais de 20 anos, que vejo isso aqui”, enfatizou.
Ainda durante a tarde de hoje (10), a pedido da Prefeitura de Londrina, um caminhão-pipa da Sanepar também compareceu a essas quatro localidades, mais o Residencial Flores do Campo, para distribuir água e atender as famílias que mais precisam. Os postos de entrega foram, sequencialmente, nas ruas Antônio Marcelino de Oliveira (Aparecidinha); Manoel Cardoso e Odete Dias Santana (São Jorge); e Angelo Giroldo (Jequitibá/Novo Horizonte).

Moradora do Jardim São Jorge, Edrieli Pereira relatou que ficou sem água desde a noite de sexta-feira (7), quando ocorreu o forte vendaval. “Eu tenho cinco crianças dentro de casa, sendo que uma delas é especial. Para viver no assentamento com terra e sem água para poder beber fica complicado. Eu trouxe aqui balde para encher, bacia, tigela e tudo mais, porque não dá para ficar sem água, e nem banho dava para tomar ou fazer uma comida à noite”, contou.
Carla Bispo da Silva, residente na mesma área da cidade, também enfrentou dificuldades com a família após o temporal. Ela, que cuida do lar, ficou sem água e energia. “A caixa d’água não deu conta e esvaziou no sábado à tarde. Estamos em seis pessoas na casa, acabamos pegando um pouco de água com os vizinhos que tinham, mas a deles também acabou, então agora estamos pegando ali na distribuição. Foi bom a Prefeitura ter vindo ajudar também”, disse.

Outra pessoa a ter retirado água na ação foi Gabis Bueno Lourenço, armador de ferragens e também morador do São Jorge. Sem água desde a amanhã de sábado, ele disse que as pessoas foram se ajudando, dentro do possível, e que faltou água para todas as ações de rotina. “Aqui moramos eu, minha esposa e quatro filhos. Viemos pegar água porque estávamos sem ter como tomar banho, para almoço, janta, lavar louça e outras coisas. Na área onde moro não tem nada mesmo de água descendo, nem uma gota. Esperamos que isso se resolva logo”, colocou.
No Residencial Flores do Campo, na zona norte, o trabalhador Tiago Augusto ressaltou que a chegada do caminhão com água foi um alívio, após a preocupação e dificuldades em ficar sem água. “Ficamos sem energia por aqui também, além da falta de água. Sem a luz, a bomba d’água não funcionava e aí não saía mais nada. Fomos levando as coisas como dava. Chegou em boa hora a água para pegarmos. Estamos orando para que a água volte a ser abastecida”, pontuou ele que, no momento, faz trabalhos como eletricista, pedreiro e encanador.

Assistência Social – Outra frente de trabalho do Município tratou de dar suporte ao público na área socioassistencial. Nesta segunda-feira (10), equipes das 10 unidades de Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Londrina realizaram um trabalho investigativo com as famílias residentes nos territórios de abrangência. Cerca de 30 bairros, nas regiões norte, sul, leste, oeste e central, foram visitados para averiguação de situações de desproteção provenientes do vendaval.
Durante a ação, foram encontradas condições de destelhamento parcial ou total de casas e condomínios, muitas árvores caídas que impediam a passagem nas ruas, e até mesmo dentro de residências, bem como falta de água e energia elétrica, perda de alimentos e móveis. “Os servidores do CRAS fizeram coleta de dados das famílias, atendimentos técnicos e concessões de benefícios eventuais, conforme avaliação da necessidade emergencial. Ainda promoveram articulações com a Defesa Civil para fornecimento de lonas e telhas, além de alinhamentos com a Secretaria Municipal do Ambiente (Sema) para a retirada das árvores”, informou a assistente social e responsável pela gerência dos CRAS, na Secretaria Municipal de Assistência Social, Cláudia Lanzoni.
Também foram identificados locais com maior facilidade de acesso para as famílias mais vulneráveis que se encontram sem água desde a última sexta-feira (7), para fornecimento de água via caminhão-pipa até a regularização da água pela Sanepar. A previsão é que as atividades tenham continuidade nos próximos dias, bem como o monitoramento pela SMAS.
Atendimento domiciliar em saúde – A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) garante atendimento domiciliar após quedas de energia e falta de água. Agentes Comunitários de Saúde visitaram 171 domicílios em todas as regiões da cidade nesta segunda-feira (10), para manter o auxílio a pacientes acamados e que fazem uso de ventilação mecânica, após situações envolvendo queda de energia e corte do abastecimento de água por conta do temporal da última sexta-feira (7).
As visitas foram realizadas a pacientes do Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) e a quem acompanha acamados com dependência e necessidade de assistência à saúde em casa pós alta no hospital. Elas ocorreram prioritariamente a pacientes em situação de vulnerabilidade social ou que residem em áreas periféricas da cidade. Todos os que fazem uso de ventilação mecânica e de oxigenoterapia seguem estáveis, sem prejuízo no quadro de saúde.
Crédito: Prefeitura de Londrina
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