
Conheça a história de Francisco Linhares, morador de Senador Pompeu (CE), que teve a vida transformada com a chegada da tecnologia de acesso à água. Desde 2023, o MDS contratou 186,2 mil cisternas, com investimento de R$ 1,7 bilhão
Francisco Linhares do Ó, 57 anos, transformou seu quintal, em Senador Pompeu (CE), em um campo de experimentação, que virou modelo de convivência com o Semiárido. Em sua propriedade, cultiva ovos, mel, leite, feijão, abóbora, acerola, pitanga, entre outros produtos. Uma diversidade que ele chama de “fartura para a mesa do agricultor”, propiciada pelo Programa Cisternas do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).
A tecnologia de acesso à água transformou a relação do agricultor com o ambiente seco e de chuvas escassas. Hoje, Francisco consegue usufruir da agroecologia, um modo de produção e de vida que começou em 2006, quando ele recebeu a primeira cisterna pelo programa, com capacidade para armazenar 16 mil litros de água para consumo humano. A tecnologia, não apenas garantiu água potável para sua família durante os períodos de estiagem, mas se tornou a base para todo o desenvolvimento produtivo que seguiria.
Atualmente, a propriedade conta com um sistema hídrico completo, com a primeira água (16 mil litros), segunda água (52 mil litros), terceira água (reuso de água cinza), quarta água (fossa ecológica) e quinta água (Sistema Agroflorestal). “A seca sempre existiu. A pessoa tem que aprender a conviver com ela. Até 2024, existia mais água nas cisternas do que no Castanhão (grande açude público no Ceará). É o modelo mais democrático”, explicou.
Ele recorda com emoção o período entre 1977 e 1983, que classifica como o verão mais cruel de sua vida. “Era água de cacimba, água salobra. Se você não pegasse água no rio de madrugada, não tinha água. Morreram muitos animais de fome, muitas crianças desnutridas. Não havia políticas de convivência com o Semiárido”, relatou o agricultor, destacando o contraste com a realidade atual.
O sucesso dessa transformação reflete-se em números nacionais por meio de investimentos do Governo do Brasil. Desde 2023, o MDS contratou 186,2 mil cisternas e outras tecnologias sociais de acesso à água, com investimento de R$ 1,7 bilhão . Desse total, 90 mil tecnologias já foram entregues às famílias até agosto de 2025, replicando em outras propriedades a transformação vivida por Francisco.
A qualidade do programa é medida não apenas em números, mas na mudança concreta da qualidade de vida das famílias. Francisco enfatizou que as cisternas trouxeram mais do que água, trouxeram saúde e autonomia. “Antes, era muito garotinho com dor de barriga. Hoje, se não fossem as cisternas, com esse número de veneno no meio ambiente, talvez não coubesse as pessoas nos hospitais”, analisou o agricultor, em referência à quantidade de agrotóxicos usados nas grandes plantações.
Com o sistema hídrico implantado, o agricultor consegue produzir para o consumo próprio e para a venda. “Esse trabalho que a gente faz, contribui para diminuir a fome no Brasil e ajudou a tirar o país do Mapa da Fome”, orgulhou-se o agricultor. “É como se você estivesse produzindo dinheiro, você deixa de estar comprando”, prosseguiu.
Ele defende um modelo de agricultura sustentável que deseja passar para suas filhas e genro, assim como ele cresceu vendo seus avós e pais trabalharem com amor na agricultura. “Eu amo ser agricultor. Se eu fosse escolher outra profissão, queria ser agricultor novamente. É o amor pela terra, pela natureza, pela vida como um todo”, finalizou.
Crédito: Agência Gov
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