A Região Metropolitana de Curitiba (RMC), composta por 29 municípios, é a terceira do País com maior renda domiciliar per capita, com R$ 3.078 em 2024. Apenas as regiões metropolitanas de Florianópolis (R$ 3.528) e Brasília (R$ 3.276) tiveram números superiores. A média das 22 principais regiões metropolitanas do Brasil ficou em R$ 2.475.
Os dados são da 16ª edição do boletim Desigualdade nas Metrópoles, produzido pelo Observatório das Metrópoles em parceria com o laboratório de estudos PUCRS Data Social e com a RedODSAL (Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina). O estudo usa como base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado representa um salto da RMC nesse ranking. Em 2021, durante a pandemia, a renda na região paranaense era de R$ 2.156, o que a colocava na sexta posição. De lá para cá, a RMC superou as regiões metropolitanas de Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro.
“O desempenho da Região Metropolitana de Curitiba em 2024 reflete a sua força estrutural como polo econômico, com destaque para a qualificação da força de trabalho, a resiliência do emprego formal e a presença do setor de serviços e da indústria de transformação, que sustentaram níveis elevados de renda”, analisou o presidente da Agência de Assuntos Metropolitanos (Amep) e presidente do Fórum Nacional das Entidades Metropolitanas, Gilson Santos. “São fatores que ajudam a colocar a região na terceira posição em renda per capita entre as metrópoles brasileiras”.
Ainda de acordo com o levantamento, a RMC apresenta bons índices no que diz respeito à queda da pobreza e extrema pobreza, em comparação com outras áreas de mesma natureza. Considerando, por exemplo, apenas o extrato dos 40% mais pobres da Grande Curitiba, a renda mensal era de R$ 941 em 2024, a segunda mais alta do país, abaixo apenas de Florianópolis (R$ 1.088). Ambas com valores bem acima da média nacional, de R$ 670.
O documento traz ainda uma avaliação do porcentual de pessoas nesses espaços urbanos que se enquadram em situação de pobreza – ou seja, que recebem por dia menos de US$ 6,85. Enquanto as regiões metropolitanas do Brasil apresentaram 19,4% de seus habitantes nessas condições, a RMC teve apenas 11%, o que significa o segundo melhor resultado, tendo Florianópolis à frente, com 6,8%. Em 2021, a RMC havia registrado 18,2% nesse quesito e ocupava a terceira posição da lista, que tinha as outras duas capitais da Região Sul à frente.
Filtrando ainda mais esse extrato, o boletim do Observatório das Metrópoles também aponta qual é a parcela da população desses conglomerados municipais que se enquadra no que se chama de extrema pobreza – renda diária menor do que US$ 2,15. Mais uma vez, a Grande Curitiba se destaca, com o terceiro melhor índice, juntamente com Brasilia, com 1,7% – eram 2,5% em 2021. O melhor desempenho ficou com Goiânia (1,4%), seguida da dobradinha Florianópolis e Porto Alegre (1,5%). A média nacional foi de 3,3%.
“A elevação da renda na base da população, especialmente entre os 40% mais pobres, aliada à recuperação econômica e ao papel dos programas de transferência de renda, contribuiu para reduzir as desigualdades mais críticas, fazendo com que a RMC registrasse em 2024 o segundo menor índice de pobreza do país e a quarta menor taxa de extrema pobreza”, observou Gilson.
O levantamento aponta que quase 40% da população brasileira, ou mais de 80 milhões de pessoas, vivem atualmente em alguma das Regiões Metropolitanas do País. Para a realização do estudo, foram computadas 20 Regiões Metropolitanas (Manaus, Belém, Macapá, Grande São Luís, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Maceió, Aracaju, Salvador, Belo Horizonte, Grande Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Vale do Rio Cuiabá e Goiânia), além de Brasília e da Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina.
INVESTIMENTOS NA RMC – A Região Metropolitana de Curitiba (RMC) conta com grandes obras de infraestrutura viária em andamento ou planejadas, o que deve ajudar a atrair novos investimentos e empregos, melhorando as condições sociais. Entre elas estão duplicações da Rodovia dos Minérios e da Uva, obras das concessões, pavimentações entre Mandirituba e São José dos Pinhais e Colombo e Rio Branco do Sul, acesso pavimentado a Doutor Ulysses, novo Contorno Sul, entre outras.
NOVA LEI – O governador Carlos Massa Ratinho Junior encaminhou há alguns dias para a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) um projeto de lei complementar que propõe a reorganização das Regiões Metropolitanas (RMs) do Estado. A iniciativa tem como base o Estatuto da Metrópole, que estabeleceu em 2015 os critérios técnicos para a criação e manutenção dessas estruturas.
A proposta foi pensada para modernizar a gestão regional – garantindo a atuação da Amep em municípios que de fato formem metrópoles e autonomia plena nos demais – e alinhar o Paraná às diretrizes nacionais. Esse modelo de governança está adequado à realidade paranaense, fortalece a participação dos municípios e da sociedade civil nos processos decisórios e permite a adoção de políticas conjuntas de longo prazo.
Fonte: AEN PR