
Proteger o meio ambiente e intervir na preservação de áreas e recursos naturais, proporcionando mais qualidade de vida à população, são partes das missões da Secretaria Municipal do Ambiente (Sema). Nesse sentido, um trabalho importante vem sendo desenvolvido para recuperar pontos de nascentes de córregos localizados em várias regiões de Londrina. Um conjunto de 20 áreas recebe tratamento feito pela Prefeitura, em um processo iniciado no dia 8 de outubro deste ano, e que já alcançou 18 espaços de nascente recuperados.
As ações integram o pacote de contrapartidas que o Município precisa viabilizar dentro do convênio firmado com a Itaipu Binacional, financiadora das obras de reforma interna do Parque Arthur Thomas, cuja entrega está prevista para dezembro. A execução é norteada por Instrumento de Repasse, no âmbito do programa “Itaipu Mais que Energia”.
Como parte desse trabalho amplo, a Sema deve implementar ações de saneamento ambiental, manejo de água e solo, energias renováveis e obras sociais, comunitárias e de infraestrutura.
O processo de revitalização das nascentes busca garantir o escoamento contínuo das águas, reduzir riscos de contaminação e promover a conscientização da população. O método de proteção adotado, com técnica de aplicação do solo-cimento, está sendo empregada por utilizar materiais de fácil aquisição, baixo custo e simples aplicação, configurando-se como uma alternativa viável para a melhoria do abastecimento de água.
As 18 nascentes já atendidas correspondem a 10 locais diferentes, nas regiões sul, norte, leste e central do município. Na direção sul, o projeto contemplou córregos no distrito de Lerroville e bairros Roseira, União da Vitória, Cafezal, São Marcos, Horta Comunitária Nova Esperança (Jardim Nova Esperança) e Aterro do Lago Igapó. Os outros córregos foram o Ouro Verde (zona norte), Guarujá (Vila Brasil/Centro) e no Ernani Moura Lima (zona leste). Agora, restam apenas mais dois trabalhos para encerrar a agenda: Córrego dos Tucanos (Jardim Burle Marx) e Córrego Tico-Tico (Parque Arthur Thomas).
O total de 20 nascentes foi escolhido entre 50 locais vistoriados por técnicos da Sema, enquanto a execução da parte operacional fica por conta de uma empresa contratada. O investimento aproximado é de R$ 32 mil para viabilizar todas as atividades, incluindo aspectos técnicos, mão de obra e materiais.

O secretário municipal do Ambiente, Gilmar Domingues, adiantou que essas intervenções são trabalhos iniciais que a pasta pretende manter em Londrina. “Cada nascente protegida reduz erosão, melhora a infiltração de água de chuva que precipita, fortalece a biodiversidade e aumenta a segurança hídrica do município. Recuperar nascentes é investir no futuro da cidade e no bem-estar de toda a comunidade, além de cuidar do ambiente”, valorizou.
A intervenção nessas áreas engloba, inicialmente, uma avaliação técnica territorial e verificação das condições estruturais já existentes. Depois, é feita uma limpeza na área da nascente e seu entorno para a retirada de sedimentos e materiais, e, em seguida, ocorre a construção com blocos de rochas como uma espécie de iglu, revestido e cimentado com solo e cimento. Essa montagem recebe a colocação de canos para que a água possa escoar e fluir de forma adequada, sendo um mecanismo que protege a nascente.
Na técnica aplicada para reconstituir as nascentes, a massa de solo-cimento produzida forma o reboco das paredes dos barrancos das nascentes para que não desmoronem. A utilização desse componente em construções é uma prática bastante difundida no meio rural e pode ser adaptada para diferentes contextos. No caso das nascentes, após o fechamento das paredes, fica formada uma caixa que recebe preenchimento manual com pedras de variados tamanhos. Por fim, há a desinfecção com cal hidratada sobre as pedras, fechamento e finalização.
Conforme a programação da Sema, a intenção é encerrar os trabalhos nas 20 nascentes listadas até o final de novembro deste ano, caso as condições climáticas sejam favoráveis. A equipe da gerência de Resíduos e Recursos Hídricos está analisando sobre a possibilidade de ampliação do projeto, a fim de recuperar mais localidades no próximo ano.
Crédito: Prefeitura de Londrina
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