A Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal do Ambiente (Sema), e a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), identificaram um novo ponto de lançamento de esgoto clandestino em rede de águas pluviais. Foi constatado escoamento de efluentes sanitários em galeria pluvial, na bacia do Córrego Barreiro, região leste da cidade, provocado por entupimento e conexão indevida entre as tubulações de esgoto e drenagem.
A identificação foi feita durante vistoria técnica realizada pelos órgãos e trata-se do terceiro despejo irregular identificado em Londrina. O primeiro foi na Gleba Palhano, região sul, e o segundo no Lago Norte, zona norte.
Segundo o secretário municipal do Ambiente, Gilmar Pereira, assim como nos casos anteriores, o despejo irregular parte de um condomínio residencial, localizado na Avenida Robert Koch, próximo ao fundo de vale do Córrego Barreiro. “Esse caso é bem mais emblemático porque foi constatado visualmente, não precisamos nem usar corante, ou seja, ficou muito mais evidente o lançamento clandestino. Além disso, para a nossa surpresa, detectamos que uma série de tubulações que deveriam estar funcionando plenamente estava totalmente obstruídas”, contou.
De acordo com o secretário, uma imagem feita por satélite aponta que há um grande número de apartamentos no condomínio da região leste, a exemplo do que aconteceu nos casos anteriores. “Na Gleba Palhano são, pelo menos, 90 apartamentos, na região norte mais de 400, e na região leste uma quantidade também significativa. O passivo ambiental que está sendo gerado por conta deste despejo irregular é gigantesco e isso é crime ambiental. Nós estamos com uma série de condomínios residenciais que precisam passar por uma revisão imediata no seu sistema de esgotamento sanitário”, detalhou.
Ontem (22), com base nas evidências registradas, o responsável pelo imóvel foi notificado para regularizar a situação em até 24 horas, conforme determina a legislação ambiental e sanitária vigente. “Em um segundo momento, este condomínio e os outros serão multados. Em breve, divulgaremos os valores das multas”, informou o secretário.
Pereira salientou que a Prefeitura está monitorando o Índice de Qualidade da Água (IQA) em parceria com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). “É um trabalho de monitoramento dos corpos hídricos e a Sema está atuando exclusivamente nas fiscalizações. Em breve, nós vamos lançar um novo canal para denúncias e recebimento de informações, inclusive dos munícipes, para que nós atuemos com bastante rigor nessas fiscalizações. Londrina é uma cidade que tem um dos maiores ativos ambientais do estado do Paraná, com 84 córregos somente na área urbana. É um diferencial e um ativo que precisa ser explorado de forma positiva e não o contrário, como nós estamos observando. A determinação do prefeito Tiago Amaral é que nós possamos fiscalizar com bastante rigor e punir exatamente conforme está descrito na legislação”, apontou.
Atualmente, as denúncias de esgoto clandestino e outras infrações ambientais podem ser feitas pelos telefones (43) 3372-4770 e (43) 3372-4771.
O secretário também atualizou a situação das macrófitas, as conhecidas alfaces-d’água, que se multiplicaram no Lago Igapó. “Ontem tivemos a grata satisfação de testar um caminhão munck equipado com uma lança que alcança cerca de 20 metros de profundidade, e que lançou um cesto para a remoção dessas plantas. Já perdemos a conta da quantidade retirada, mas acredito que já tenhamos ultrapassado 20 caminhões cheios de alfaces-d’água. Esse crescimento excessivo ocorre devido à grande oferta de nutrientes e matéria orgânica, que nada mais é do que esgoto”, afirmou.
Crédito: Prefeitura de Londrina
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