quinta-feira, setembro 19

Zezé Motta, a Rainha Negra, encerra a primeira noite da Flim 2024


A atriz e cantora Zezé Motta encerrou a primeira noite da 11ª edição da Festa Literária Internacional de Maringá (Flim), nesta quarta-feira, 11 de setembro, no auditório Sertões.

Sob o tema “Fora de Centro”, o evento segue até domingo, 15, no Teatro Calil Haddad (Av. Dr. Luiz Teixeira Mendes, 2.500, Zona 04). Sempre com entrada gratuita. É o encontro entre autores/autoras e leitores/leitoras, com bate-papos, contação de histórias, lançamento de livros e estandes de editoras e livrarias.

Na conversa intitulada “Um canto de luta e resistência”, os mediadores Salete Gil e Paulinho Schoffen levaram Zezé, 80 anos, a percorrer sua longa carreira de quase seis décadas no cinema, teatro e TV. Ela participou de obras ficcionais marcantes como “Arena Conta Zumbi” e “Xica da Silva”.

No evento em Maringá, a Rainha Negra conversou, respondeu a perguntas do público, que tinha figuras importantes do movimento negro maringaense, e cantou. Com direito a “Tigresa”, canção feita em sua homenagem por Caetano Veloso.

Zezé Motta, na mesa do auditório Sertões no Calil Haddad (Crédito: Cristiano Martinez)

Um dos assuntos abordados foi a questão de representatividade do negro na teledramaturgia brasileira. Zezé recordou que, no passado, sempre era chamada para fazer personagens de empregadas domésticas. “Nada contra. Mas era um tempo em que os personagens, a empregada doméstica, não fazia parte da trama, não fazia parte da família”, explicando que era apenas uma figura decorativa e servia a outros personagens. “Eu ficava muito triste”, acrescentando que toda a sua formação teatral não era aproveitada nesse tipo de encenação.

Mas Zezé conta que passou a reclamar e denunciar essa situação. Além disso, criou uma instituição chamada Centro de Formação e Documento do Artista Negro (Cidan). “Porque quando a gente cobrava essa quase invisibilidade do negro na mídia, eles diziam ‘a gente não sabe onde encontrar os atores negros’. Então, criei um banco de dados de atores negros”, detalhando onde e quem são os artistas disponíveis para trabalho.

“Mas a luta continua, ainda tem pouco espaço para o negro na mídia”, frisou.

A seguir, mais registros da participação de Zezé Motta na Flim 2024 (Crédito: Cristiano Martinez)


Fonte:
Maringá