
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), por meio da Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ (SLGBTQIA+), participou de missão internacional em Nova York (EUA) nesta semana, representando o Governo do Brasil no evento de alto nível do Core Group LGBTI+ durante a 80ª Assembleia Geral da ONU (UNGA80).
A iniciativa, intitulada “Nós, os Povos na UNGA80: a juventude LGBTI e o futuro”, reuniu representantes de Estados, sociedade civil e organismos internacionais para debater os desafios enfrentados pela juventude LGBTQIA+ em todo o mundo.
A delegação brasileira contou com a secretária nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ do MDHC, Symmy Larrat e o diretor de Promoção e Defesa dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Hiago Mendes Guimarães.
Em seu discurso, a secretária nacional destacou a necessidade de resistência coletiva frente aos ataques conservadores e à agenda antigênero em seu discurso.
“O momento requer, de todos nós, maior unidade e nenhum centímetro de recuo na posição internacional em defesa dos direitos e da vida da nossa população LGBTQIA+. Isso vai além de descriminalizar e impedir práticas como a terapia de conversão: é, também, promover trabalho digno e acolhimento a todas as pessoas oprimidas em razão de sua orientação sexual, identidade de gênero ou características sexuais”, afirmou.
Symmy ressaltou, ainda, a importância de inserir a pauta LGBTQIA+ em agendas mais amplas de direitos humanos. “Precisamos interseccionalizar nossa agenda, com temas que afetam a população em geral, como o direito à informação para enfrentar o discurso de ódio, o combate à fome, o direito à família e o investimento em espaços de acolhimento para jovens LGBTQIA+ e seus familiares, que muitas vezes são obrigados a migrar em decorrência da violência interna”, destacou.
Outro ponto enfatizado pela secretária foi a vulnerabilidade da população LGBTQIA+ diante da crise climática. “Não podemos esquecer que as pessoas LGBTQIA+ também estão entre os grupos mais atingidos pela emergência climática, frequentemente vítimas de deslocamentos internos e violações de direitos humanos”, alertou.
Para Symmy, a atuação internacional do Brasil deve reafirmar que a luta pelos direitos LGBTQIA+ não é restrita a uma região ou modelo de sociedade, mas um compromisso universal. “Essas políticas precisam chegar a todos os territórios. Defender os povos originários e fortalecer as existências de identidades de gênero nesses espaços é mostrar ao mundo que esta não é uma pauta ocidental ou do capital, mas de toda a humanidade que acredita em uma sociedade plural e diversa”, concluiu.
Agendas paralelas
Além da participação no evento da ONU, a missão brasileira incluiu reuniões com organizações internacionais de referência, como a Outright International e a Ford Foundation, e o convite para integrar o Clinton Global Initiative 2025, no Grupo de Trabalho sobre Democracia e Direitos Humanos: Defesa dos Direitos Humanos Básicos das Pessoas LGBTQ+.
Crédito: Agência Gov
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