terça-feira, outubro 7

Conscientização ambiental é a chave para transformação climática, defende Marina Silva

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participou na nesta segunda-feira (6/10) da abertura da VI Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (VI CNIJMA). O evento reúne cerca de 800 participantes, entre estudantes de 11 a 14 anos, acompanhantes e educadores de todas as regiões do país.

A iniciativa debate as transformações necessárias para enfrentar a emergência do clima a partir dos pilares da educação e da justiça climática. O encontro segue até a próxima sexta-feira (10/10), no Centro de Treinamento Educacional (CTE) da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), em Luziânia (GO).

Em sua fala, a ministra reiterou que o desenvolvimento sustentável vai além da proteção da natureza e se apresenta como uma estratégia fundamental para garantir o cumprimento de direitos humanos e sociais. “Uma criança que não consegue terminar seus estudos na idade certa, porque tem que trabalhar, é um ecossistema insustentável do ponto de vista social e cultural”, pontuou. “A sustentabilidade não é só o manejo de fazer. É uma maneira de ser, uma visão, um ideal de vida”, complementou.

Nesse contexto, Marina Silva classificou a conferência como uma “aposta” para integrar a juventude à agenda sustentável. “Uma das principais ferramentas para essa transformação é a mudança de mentalidade que ajuda a produzir também mudança de atitude”, afirmou. Essa é a lógica que conduz a conferência desde a primeira edição, em 2003, explicou a ministra.

Para avançar com a agenda, Marina Silva convidou os participantes a ressignificarem a palavra desenvolvimento. “Vamos pensar daqui para frente os fios que nós queremos que teçam as nossas vidas, o nosso país, a vida do nosso planeta”, ponderou. “Que eles sejam de diferentes cores e que a vida não seja apenas pensada como a vida do humano, mas todas as formas de vida”, concluiu.

A jornada de reflexão proposta pela conferência mobilizou mais de 2,2 milhões de pessoas pelo país durante as etapas escolares, municipais e estaduais. Os diálogos também integram os eventos preparatórios para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada no próximo mês, em Belém (PA).

Já o secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, relembrou o esforço do Governo do Brasil para viabilizar a retomada do encontro e reforçou a atuação da juventude na crise climática. “Que essa conferência seja um estímulo para que vocês sigam firmes, se organizem e deem uma enorme contribuição porque o Brasil precisa e o planeta também.”

O diretor de Educação Ambiental e Cidadania do MMA, Marcos Sorrentino, por sua vez, agradeceu as unidades da federação que “com todo esforço viabilizaram as conferências nos estados e, agora, a conferência nacional.”

Promovida pelos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), da Educação (MEC) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a conferência conta com o tema “Vamos transformar o Brasil com educação e justiça climática”. A programação do evento inclui oficinas, painéis, feira de projetos, trabalho em grupo, gincanas e noites culturais

A abertura contou ainda com representantes das três pastas, além de integrantes da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da Universidade do Rio Grande (Furg).

Iniciativas

Neste ano, o processo de construção da CNIJMA engajou 8.732 escolas em 2.307 municípios. Desse total, participaram 1.478 escolas da zona rural, 186 indígenas e 139 quilombolas, abrangendo todos os estados e o Distrito Federal.

A troca de experiências e a valorização das culturas tradicionais são alguns dos fundamentos presentes na conferência. Um dos projetos que aborda esse tema foi apresentado pela estudante Lara Guimarães Silva, do Quilombola Graúna, em Itapemirim (ES), que retratou a interferência da prática da monocultura no clima da sua comunidade.

Para ela, a integração vivenciada no evento ajuda a ampliar os conhecimentos e a fortalecer práticas mais sustentáveis. “Algumas pessoas fazem algumas coisas que afetam a natureza por falta de informação. E, com informações de pessoas da floresta e de comunidades que ajudam na agricultura familiar, isso pode ajudar bastante a melhorar”, informou a estudante de 13 anos.

A sensibilização para as discussões também foi destacada pelo estudante Kauã Soares de Melo, de 13 anos, que apresentou o projeto chamado Gota a gota: uma escola sustentável.

A iniciativa priorizou a reutilização de água das centrais de ar para apoiar ações do dia a dia, como a limpeza da escola e a irrigação da horta local. A proposta foi a ação mais votada pela delegação do estado. “Com essa mudança vindo da gente, saindo sensibilizado, gera um impacto de números enormes, porque se uma instituição como a minha escola, que a gente vê trabalhando esse projeto, está apresentando números grandes, imagina em uma proporção muito maior”, ressaltou.

Crédito: Agência Gov

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