
Método permite rastrear origem do metanol nas amostras contaminadas. Objetivo é identificar se a substância tem origem vegetal ou de combustíveis fósseis
Diante do aumento de casos suspeitos de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas em todo o país, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) anuncia uma série de ações emergenciais em apoio aos estados e ao Distrito Federal.
Por meio do Programa Nacional de Integração de Dados Periciais sobre Drogas (PNIDD), lançado em fevereiro deste ano, o ministério colocou a estrutura da Polícia Federal (PF) à disposição das Polícias Científicas estaduais, incluindo sua capacidade técnica de identificar o chamado “DNA do metanol”. O objetivo é identificar se a substância tem origem vegetal ou de combustíveis fósseis.
O Instituto Nacional de Criminalística da PF será responsável pelos chamados exames avançados de isótopos estáveis — método que permite rastrear a origem do metanol nas amostras contaminadas. Esse tipo de análise, considerado de alta complexidade, é crucial para detectar se o material é derivado de fontes naturais ou adulterado com compostos industriais.
As ações, coordenadas em parceria entre a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e a Polícia Federal, reafirmam o compromisso do MJSP com a proteção da sociedade e a atuação articulada das forças de segurança diante de ameaças à população.
Entre as principais medidas, também está o fortalecimento da rede nacional de cooperação entre as Polícias Científicas, com foco na produção e compartilhamento de dados de inteligência pericial para orientar ações integradas em todo o País.
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A Polícia Federal atuará, ainda, como eixo logístico, realizando o transporte de amostras de bebidas suspeitas até laboratórios de referência e disponibilizando suas 49 unidades de criminalística como pontos de coleta e entrada para o sistema nacional de resposta pericial.
Além disso, o MJSP fornecerá suporte técnico aos estados para a realização de exames periciais de detecção e quantificação de metanol, distribuirá padrões analíticos da substância às Polícias Científicas estaduais e capacitará peritos locais em análises químicas de alcoolemia, incluindo a identificação de metabólitos de metanol em amostras biológicas.
O plano também inclui orientações especializadas para a verificação de embalagens, rótulos e lacres de bebidas suspeitas, além da aplicação de técnicas de Epidemiologia Forense para georreferenciamento e análise de óbitos ou casos de intoxicação.
O objetivo é identificar padrões, estabelecer vínculos de causalidade e aprimorar a resposta investigativa em casos que ameaçam a saúde pública.
Sistemas complementares
O PNIDD é uma iniciativa do Governo Federal com objetivo de integrar as redes de perícia federal e dos estados e DF para a análise forense de dados pelas Polícias Científicas nas áreas química, toxicológica, medicinal e epidemiológica. O programa visa melhorar e racionalizar os recursos nacionais, ampliando a capacidade, melhorando a qualidade e diminuindo o tempo de resposta às demandas de saúde e segurança pública sobre o tema.
O PNIDD é um programa complementar ao Sistema de Alerta Rápido (SAR) —por meio do qual os casos de intoxicação por metanol após consumo de bebidas alcoólicas se tornaram públicos na última sexta-feira (26/9).
O SAR é uma rede interinstitucional, responsável por monitorar a circulação de novas substâncias psicoativas no país que sejam consideradas um risco à saúde e à segurança pública.
Crédito: Agência Gov
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