sábado, setembro 20

SUS completa 35 anos e reforça atenção integral à saúde das mulheres

O Sistema Único de Saúde (SUS), uma das maiores conquistas da democracia brasileira, completa 35 anos nesta sexta-feira (19). Criado pela Constituição de 1988 e regulamentado em 1990, o SUS garante atendimento gratuito e universal a mais de 213 milhões de pessoas, com base nos princípios de universalidade, integralidade e equidade.

Da atenção primária, como a aferição da pressão arterial, a procedimentos de alta complexidade, como transplantes de órgãos, o SUS consolidou o acesso amplo e integral à saúde para toda a população, sem discriminação.

Ao mesmo tempo em que celebra sua história, o SUS se renova com iniciativas que ampliam o cuidado e aproximam o sistema das novas demandas da população, especialmente das mulheres. Entre as medidas mais recentes, estão programas, políticas e tecnologias que fortalecem a rede de atenção integral.

Lançado em 2025, o programa Agora Tem Especialistas reforça a rede de atenção especializada do SUS, ampliando o acesso a consultas com ginecologistas, mastologistas, oncologistas e outros profissionais essenciais para a saúde das mulheres. A iniciativa busca reduzir filas e garantir atendimento mais rápido e resolutivo, especialmente em áreas como prevenção e tratamento do câncer de mama e de colo do útero, saúde reprodutiva e acompanhamento no climatério e na menopausa.

Implante contraceptivo gratuito

A partir de outubro de 2025, o SUS passará a oferecer o Implanon, implante contraceptivo subdérmico com eficácia de até três anos. Serão distribuídas 1,8 milhão de unidades até 2026, com investimento de R$ 245 milhões.

Política Nacional de Enfrentamento ao HPV

Instituída em julho de 2025, a política reúne ações de prevenção, diagnóstico e tratamento do HPV, além de campanhas educativas e incentivo à pesquisa. A vacinação segue como estratégia central. Em 2024, a cobertura entre meninas de 9 a 14 anos chegou a 82,7%; entre meninos, subiu para 67,2%, contra 45,4% em 2022.

Teste de DNA-HPV

O Ministério da Saúde iniciou a implementação do teste molecular DNA-HPV, desenvolvido pela Fiocruz Paraná. Mais preciso que o Papanicolau, o exame detecta precocemente 14 genótipos do vírus, principal causa do câncer de colo do útero. Até 2026, a expectativa é rastrear 7 milhões de mulheres por ano em todo o país.

Protagonismo feminino na criação do SUS

O movimento pela Reforma Sanitária, durante a Ditadura Militar, foi decisivo para a criação do SUS e contou com forte atuação de mulheres. Entre elas:

  • Maria Luíza Jaeger – socióloga e sanitarista gaúcha, acompanhou a Assembleia Nacional Constituinte e contribuiu com a seção “Da Saúde”.
  • Jussara Cony – farmacêutica, participou da Constituinte e da redação da seção sobre saúde na Constituição de 1988.
  • Haydée Lima – médica sanitarista, atuou na construção das bases do sistema de saúde em Campinas (SP).
  • Selene de Melo Bandeira – pioneira na criação dos primeiros conselhos e planos municipais de saúde no Ceará, antes mesmo da lei do SUS.

O protagonismo feminino também foi determinante para a formulação de políticas específicas. Em 1984, o Ministério da Saúde criou o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), que abriu caminho para a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM), implantada em 2004.

A PNAISM ampliou e fortaleceu ações que seguem em vigor até hoje, como combate ao câncer de mama e de colo do útero; saúde ginecológica; dignidade menstrual; garantia de direitos das gestantes; atenção ao climatério e à menopausa; saúde mental; e enfrentamento à violência contra as mulheres.

Crédito: Agência Gov

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